O Pentágono declarou nesta quinta-feira (13/6) que transmite imagens de vídeo sem criptografia por satélites comerciais, mas que não acredita que possa haver danos estratégicos pelo fato de alguém ter acesso a elas. Foi uma resposta à descoberta de um britânico cujo hobby é "espionar" satélites. Ele descobriu imagens feitas por aviões de espionagem norte-americanos nos Bálcãs, que haviam sido transmitidas pelo satélite Telstar, em órbita geoestacionária sobre o Brasil.
O Departamento de Defesa americano garante que em casos mais delicados os militares não usam os satélites comerciais para transmitir informações. E, ainda, que mesmo na primeira hipótese as imagens não são facilmente compreensíveis. Os Estados Unidos estão confiantes de que nenhum vídeo foi usado de maneira lesiva às forças da Otan (aliança militar comandada pelos norte-americanos).
Na semana passada, um funcionário do Pentágono apresentou ao Congresso as últimas pesquisas relativas à transmissão de informações militares por sinais de satélite. O pacote inclui tecnologias para rápidas mudanças de freqüência e largura de banda, para eliminar interferências e criar redes, entre outras coisas. Em Londres, John Locker, que tem os satélites como hobby, disse que passou sete meses tentando alertar a Otan e os EUA do vazamento de informações, mas a resposta que recebia sempre era: "E daí?".
Segundo a rede CNN, Locker conseguiu, na semana passada, assistir imagens feitas de um avião de espionagem que dava cobertura a uma patrulha fortemente protegida na fronteira entre a província sérvia de Kosovo e a Macedônia, perto de Skopje.