O balanço de queimadas do último mês de julho fechou com um total de 11.210 registros para todo o país, segundo dados do satélite norte americano NOAA-12, processados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pela Embrapa Monitoramento por Satélite.

O índice é 61% maior do que os 6.950 focos de julho do ano passado e mais do que o dobro (132%) dos 4.815 focos de julho de 2000. Contrariando as expectativas de índices baixos no estado de Mato Grosso, como os ocorridos em 2000 e 2001, devido à adoção do sistema digital de licenciamento ambiental de propriedades agrícolas, o total de queimadas no estado foi de 5.759 focos, mais da metade de todo o Brasil.

As maiores concentrações foram detectadas na região central e norte do estado, na Serra dos Apiacás, entre Alta Floresta e o rio Arinos; de Sinop a Novo Paranã e nas áreas adjacentes à BR-163, a rodovia Cuiabá-Santarém. Mais a leste, entre Guedolândia e Alô Brasil os satélites também registraram grande número de queimadas, sobretudo nas margens da BR-158, que segue paralela ao rio Araguaia.

No Mato Grosso também ocorreu o maior número de focos de fogo dentro de áreas indígenas. Pelo menos 300 dos 5.759 focos do estado, detectados em julho, estavam dentro do perímetro de parques ou territórios indígenas demarcados. E a Ilha do Bananal, na porção legalmente preservada como Parque Nacional do Araguaia, ainda no Tocantins, foi o recorde de focos de incêndio dentro de unidades de conservação, com 29 focos nos últimos dias do mês, tendo algumas frentes de fogo se prolongado até o começo deste mês de agosto, de acordo com o serviço especial de detecção do Inpe.