O mercado de lançamento de satélites deve movimentar cerca de US$ 2,4 bilhões no ano que vem, e o Brasil tem condições de atrair boa parte desses negócios para o Centro de Lançamentos de Alcântara, no Maranhão. A base brasileira tem uma grande vantagem sobre as concorrentes de outros países: por estar localizada junto à Linha do Equador, os foguetes ganham mais velocidade no início do lançamento, podendo transportar mais carga paga com considerável economia de combustível. Alguns consórcios internacionais já manifestaram interesse em usar Alcântara em 2003, pagando algo entre US$ 15 milhões e US$ 40 milhões por lançamento, mas o governo não pode autorizar o negócio.

O que impede o Brasil de auferir esses recursos é uma discussão que se arrasta no Congresso Nacional, pois parlamentares consideram perigoso à soberania nacional o uso da Base de Alcântara por estrangeiros que exigem, para evitar espionagem industrial, que as estruturas de lançamento, foguetes e satélites trazidos ao território brasileiro sejam colocados em áreas de acesso restrito.

O Brasil decidiu negociar primeiro com os EUA porque esse país é responsável por 80% dos lançamentos de satélites no mundo. Outros países, como a Ucrânia e a Itália, esperam fechar acordos semelhantes com o Brasil, assim como fizeram com países como China e Austrália, que já exploram comercialmente suas bases de lançamento. Remetido ao Congresso para ratificação, o texto aguarda parecer da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, depois de ter recebido parecer favorável na Comissão de Ciência, Tecnologia e Informática e contrário na Comissão de Relações Exteriores e Segurança Nacional.