A prisão do traficante Elias Maluco mostrou como a Polícia Civil do Rio de Janeiro está utilizando a geoinformação. De acordo com a instituição, foi realizado um trabalho minucioso sobre o mapa do Complexo do Alemão. Depois de recolher informações através do Disque-Denúncia e do monitoramento das ligações do traficante, os policiais mapearam a favela.

Com isso, foi possível estabelecer a área na qual estaria escondido o traficante. A partir daí, a polícia passou a se preocupar com a obtenção de mandados de busca e apreensão. Para que não houvesse nenhum equívoco, os policiais descreveram com minúcias casas, muros e até portões, muitas vezes informando a cor e detalhes de localização para solucionar problemas como ruas sem nome e casas sem numeração. Desta forma, os policiais puderam vasculhar grandes áreas residenciais da favela munidos de mandados de busca e apreensão concedidos pela Justiça.

O trabalho de levantamento foi resultado de uma parceria entre a Delegacia de Homicídios, a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) e a Delegacia de Roubos e Furtos (DRF). O delegado Paulo Passos explicou que cada unidade contribuiu com seu arquivo de informações sobre o Complexo do Alemão. O resultado foi a delimitação de um quadrante formado pelas ruas Joaquim de Queiroz, Itararé, Paranhos e João Rego até o alto do morro, englobando um universo de dez mil imóveis. Com isto, o juiz da 1ª Vara Criminal, Alexandre Abraão, concedeu os mandados de busca e apreensão que respaldaram a ação da polícia.