O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) está realizando medidas intensivas do meio ambiente ionosférico brasileiro para estudo do fenômeno denominado "bolhas ionosféricas". Há registros de sua forte interferência, sobre o território brasileiro, nas redes do sistema de localização "GPS", em sistemas de navegação aérea e marítima, nos sistemas de televisão por satélites, geodésia espacial, sensoriamento remoto, radares espaciais, operação de radares trans-horizonte, etc.
Sob o ponto de vista científico, as bolhas constituem um elemento chave da variabilidade do clima espacial cuja previsão é essencial para o planejamento das atividades e dos sistemas de aplicações espaciais. O estudo da variabilidade das bolhas e a sua previsão se destacam como um dos importantes objetivos das pesquisas espaciais atualmente conduzidas pelas comunidades científica e tecnológica nacional e internacional.
Os resultados do estudo serão utilizados para aprimorar a capacidade de previsão da ocorrência e do desenvolvimento das bolhas ionosféricas sobre a região brasileira. As bolhas ionosféricas são grandes regiões alinhadas ao campo magnético terrestre, nas quais a densidade do plasma (íons e elétrons livres) é altamente reduzida em relação à densidade do plasma ambiente.
Embora as bolhas de plasma ocorram em praticamente todas as regiões tropicais do globo terrestre, este fenômeno é particularmente forte sobre a região brasileira.