Um grupo de pesquisadores do Brasil, dos Estados Unidos e da Dinamarca está usando satélites para descobrir a rota de migração das baleias jubartes que freqüentam o litoral brasileiro. Iniciado no ano passado, o projeto já instalou transmissores em oito animais e já começou a receber informações de um deles.

Os dados são importantes porque ninguém sabe até agora por onde as jubartes migram de sua zona de reprodução, nos trópicos, para a zona de alimentação, na Antártida. Outra informação útil que o satélite pode fornecer é em que região da Antártida elas se alimentam. Conhecer a área e o estoque de krill (crustáceo do qual os animais se alimentam) disponível nela ajuda a determinar o estado de saúde de uma determinada população.

O sistema de monitoramento, desenvolvido nos Estados Unidos, e o de fixação dos transmissores na pele da baleia por meio uma vara de fibra de carbono, criado na Dinamarca, estão sendo usados pela primeira vez no Brasil. A transmissão é captada por satélites oceanográficos, que enviam à Terra dados que permitem a identificação das coordenadas do animal no mar. Os dados da primeira baleia a transmitir mostram que ela se afastou 460 km da costa ao iniciar a ida ao sul.

A pesquisa foi aprovada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e é financiada pela Shell. O custo do projeto é de R$ 230 mil por ano.