Uma pesquisa do Instituto de Geociências (IGC) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) mapeou o território brasileiro e identificou 48 falhas geológicas mestras, locais onde "nascem" os terremotos. O projeto integra o Programa Internacional da Litosfera (International Lithosphere Program) que, por meio de uma força-tarefa, mapeia as estruturas tectônicas em atividade no planeta para prever catástrofes naturais.

A necessidade de conhecer a natureza, dinâmica, origem e evolução da crosta terrestre levou à criação deste projeto mundial para estudo dos terremotos. Instituído em 1980, o Programa Internacional da Litosfera funciona por intermédio de grupos de trabalho localizados em todos os continentes. Todas as informações serão reunidas em um grande mapa-múndi que permitirá, até certo ponto, evitar futuras catástrofes. Para desenhar o mapa brasileiro, um grupo de pesquisadores realizou várias viagens em Belém, Natal, Fortaleza e São Paulo. Uma delas percorreu de Manaus a Belém pelo Rio Amazonas em um barco do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Durante 20 dias, o grupo investigou as margens e identificou falhas na região. Para localizar as falhas, são primeiro analisadas as cartas topográficas à procura de indicadores.

Os rios são um exemplo, pois correm geralmente ao longo das fissuras. Outros recursos utilizados são imagens de satélite, fotografias aéreas e consulta à bibliografia já produzida sobre o tema. O resultado é um trabalho que aponta 48 falhas mestras, algumas com até 10 quilômetros de profundidade, a maioria concentrada no sudeste e no nordeste do país. Mais informações no site www.igc.ufmg.br/hpgagea/inicio.htm.