O Brasil ainda desconhece grande parte de suas riquezas naturais localizadas no interior da terra. A delimitação de alvos para exploração mineral pode ser auxiliada pelo processamento e integração de dados geofísicos, como ocorre nos projetos desenvolvidos pelo geofísico Eder Cassola Molina do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP). A pesquisa utiliza a gravimetria, que se destaca por ser relativamente barata e abrangente.
A geofísica estuda as partes profundas da terra que não são vistas por meio de observações diretas. Suas propriedades físicas são medidas com instrumentos apropriados, geralmente colocados na superfície, e depois são interpretadas para se obter informações sobre a estrutura e composição. A gravimetria mede o campo da gravidade em um determinado local. Muitos pensam que a gravidade terrestre é de 10 ou 9,8 m/s². Entretanto, esse número varia de ponto para ponto devido à presença de corpos mineralizados e pode ser medido com maior precisão. A altitude também influencia na gravidade porque conforme a distância em relação à superfície aumenta, a gravidade diminui. Assim, a determinação de um valor exato para a densidade depende da extrema precisão da altitude, que tem que ser conhecida com erros menores que um metro. Para isto podem ser usados dados de altimetria do IBGE.
A coleta de dados associados ao campo gravitacional ainda está sendo feita, mas é muito cara e demorada. A gravidade só é medida em locais acessíveis e onde a altitude correta é conhecida. Para reconhecimento regional tem-se um ponto a cada 3 km, já para localizar estruturas locais pode ser necessário usar um espaçamento de até 50 m entre as estações. A latitude e longitude do local fornecem o padrão de altitude para cada ponto.
As informações são da Agência Brasil.