A Agência Espacial Brasileira (AEB) receberá uma comitiva do governo ucraniano, entre os dias 18 e 23 de agosto, para prosseguir os entendimentos sobre a utilização comercial do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, por meio do foguete ucraniano Cyclone 4.
Prevê-se que o Brasil e a Ucrânia concretizem investimentos voltados à implantação de infra-estrutura para viabilizar o lançamento do foguete ucraniano do CLA. Estuda-se também a criação de uma joint venture para administrar os lançamentos do Cyclone 4. Os lançamentos no CLA permitem custos em aproximadamente 30% mais baixos em relação a outros locais, isto porque possui a melhor localização para lançar satélites em faixas geoestacionárias equatoriais, órbita comercial por excelência.
Na quinta-feira (7/8), o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, declarou que considera o acordo com a Ucrânia um modelo para futuros tratados e também para uma eventual renegociação do acerto fechado com os Estados Unidos. Assinado em janeiro de 2002, no governo Fernando Henrique, o texto do acordo foi aprovado pela Câmara no fim de julho e está agora em tramitação no Senado.
"Se esse acordo prosperar, será um modelo. Então, será a hora de voltar a tratar do assunto com os EUA", afirmou Amorim, em exposição sobre a política externa brasileira na Comissão de Relações Exteriores do Senado. Em princípio, o acordo com a Ucrânia contornaria a situação de ociosidade do Centro de Lançamento de Alcântara, que corre sério risco de se tornar obsoleto. Para o governo anterior, sua utilização permitiria a atração de investimentos para a região e resultaria em benefícios para o Programa Nacional de Atividades Espaciais.