São Paulo perdeu 5.357 hectares de cobertura vegetal na década passada, área equivalente a 34 Parques do Ibirapuera. O levantamento faz parte do Atlas Ambiental do Município de São Paulo, que será lançado no próximo mês pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente.
No total, serão 250 páginas e 38 mapas com um amplo diagnóstico ambiental da cidade em relação ao clima, vegetação, formação geológica e à fauna espalhada no território de 1.500 quilômetros quadrados. O material, que começou a ser elaborado em 1999, revela uma cidade heterogênea e praticamente desconhecida da maioria dos paulistanos. Poucos sabem, por exemplo, da existência de pedaços de mata nativa remanescentes na área urbana que, se não forem preservados, correm o risco de desaparecer nos próximos anos. A devastação é um dos pontos que mais preocupam os especialistas.
A maior parte dos 5 mil hectares perdidos entre 1991 e 2000 foi transformada em loteamentos clandestinos. O município cresceu menos na década de 90 do que em época passadas, mas houve uma migração muito forte para a periferia, provocada por aspectos econômicos. Os números revelam a expansão da cidade clandestina. Os campeões de desmatamento são os distritos localizados nas regiões norte e sul da capital. Nos dez anos analisados, o distrito do Jardim Ângela, na zona sul, perdeu 410,7 hectares de cobertura vegetal, o que o coloca no topo do ranking da devastação.
Para a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, o Atlas não é apenas um diagnóstico sobre o meio ambiente paulistano e também será útil para a definição de políticas públicas nos próximos anos.