O Brasil pode ser um aliado dos europeus na busca de acabar com o monopólio norte-americano do sistema GPS. A nova alternativa que confronta esta tecnologia é da radionavegação por sstélite, sistema criado em 2002 que permite localizar a posição de qualquer tipo de objeto com uma margem de erro de apenas um metro, podendo ser utilizada em diversas áreas, como transporte aéreo, marítimo e terrestre, agricultura, serviços de segurança, redes de telecomunicações, de eletricidade e sistemas bancários.

O chefe da unidade Galileo da Comissão Européia, Olivier Onidi, admitiu na semana passada a possibilidade de o Brasil lançar satélites do projeto europeu. A pretensão é que sejam colocados em três órbitas diferentes 30 satélites, cobrindo a totalidade do globo terrestre com uma rede de estações de controle em terra.

"O Brasil já desenvolveu uma família de lançadores e, se tiver capacidade para tal, não será excluída a possibilidade de que os satélites também possam ser lançados da base de Alcântara", afirmou Onidi. Ele ainda destacou que os europeus pretendem atrair empresas brasileiras para o projeto, sobretudo as da área de gestão e de recursos hídricos, agricultura de alta precisão, prospecção de petróleo e mineração.

"O Brasil poderia gerar serviços inovadores que seriam comercializados em todo o mundo, assim como poderia ser a sede, na América Latina, de um centro de promoção da navegação por satélite, da tecnologia e dos aplicativos", acrescentou. Quanto ao custo para o país, ele afirmou que é uma decisão que depende do Brasil. "Existe a proposta de que o Brasil se torne acionista do projeto ou que faça uma contribuição em espécie, ou seja, o país poderia oferecer estações locais em solo para ajudar a gerir a infra-estrutura".