O GIS Corporativo integra os demais sistemas da organização ajudando no processo decisório interno

Uma tempestade repentina cai sobre a cidade inundando ruas, derrubando galhos de árvores e deixando caótico o trânsito e a vida dos cidadãos. Na central da companhia de distribuição de energia elétrica começam a chegar os primeiros relatos de queda de energia, postes caídos, etc. Cenas como essa são comuns a qualquer cidade, especialmente durante o verão brasileiro.

Com um mapa de ruas na tela do computador, rapidamente é localizada a origem do problema. Através do GPS, a equipe mais próxima é localizada e enviada para lá. Neste caso, o que observamos é o GIS Corporativo apoiando uma tarefa de missão crítica da empresa.

No centro do negócio
A grande onda no mercado de GIS atualmente é o GIS Corporativo. Considerando a evolução do Sistema de Informações Geográficas, o GIS Corporativo está inserido diretamente no core business da empresa, participando dos principais processos envolvidos no negócio. Uma empresa de energia elétrica, como a da história acima, utiliza o GIS Corporativo se o sistema participa justamente da distribuição de energia. "Se o GIS estivesse sendo usado para a área de meio ambiente ou algum outro projeto auxiliar, nós não estaríamos falando de GIS Corporativo, já que a área de meio ambiente não é a finalidade do negócio de energia. Pode ser muito importante para a empresa, mas não se trata de GIS Corporativo", afirma Marcos Covre, diretor técnico da Imagem Soluções de Inteligência Geográfica.

De acordo com Joe Campbell, diretor de negócios corporativos da ESRI, além de estar presente no negócio, para que o GIS seja corporativo ele deve atuar na missão crítica da empresa, isto é, a empresa depende do sistema no seu processo decisório interno. É o caso, por exemplo, do sistema GIS apoiando o cadastro para cálculo do IPTU.

Além disso, é fundamental que ele esteja integrado aos demais sistemas corporativos. Em outras palavras, o GIS precisa prover uma interoperabilidade entre as diversas plataformas de hardware e software já que, em grandes corporações, é muito comum a presença de diversas arquiteturas de sistemas convivendo. Segundo Campbell, não se pode conceber um GIS Corporativo que esteja isolado. Ele tem de estar conectado à plataforma tecnológica corporativa, ou seja, deve se ligar ao ERP, ao sistema de Billing etc., participando do workflow da empresa. Por exemplo, para sair uma conta de luz, ou um projeto de rede, precisa passar pelo GIS. Neste caso, estamos falando de um GIS Corporativo.

Visão Corporativa
Os maiores usuários de GIS Corporativo no Brasil hoje em dia são as empresas de utilidades públicas, como energia elétrica, distribuição de gás, de água, etc. Marco Afonso, gerente de TI da AES Eletropaulo, afirma que, com a implantação do GIS Corporativo, a empresa agora atualiza e mantém com qualidade todas as informações cadastrais de seus ativos elétricos geograficamente dispersos, permitindo a sua gestão num ambiente integrado e amigável. Afonso acredita que a grande vantagem do sistema está na facilidade de manuseio, na sua versatilidade e na rapidez para se efetuar análises. "Antigamente, a geração de um mapa temático de determinada região, por exemplo, poderia levar semanas para ser concluído. Hoje, o GIS permite que o trabalho seja feito em horas ou minutos".

Figura 1 – Arquitetura do GIS

Além da Eletropaulo, empresas como TIM, Gás Natural, Relliant Energy, El Paso, entre outras, também utilizam essa tecnologia. "Qualquer corporação que gerencie um território é potencial usuária de GIS Corporativo, inclusive órgãos públicos, como prefeituras e governos estaduais", explica Covre. Ele cita como exemplo uma cidade em que grande parte dos recursos sociais provém do IPTU. "A utilização do GIS para o cadastro imobiliário e mobiliário servirá para aprimorar o gerenciamento dos imóveis urbanos e proporcionará um melhor conhecimento da cidade e de suas reais necessidades para assegurar qualidade de vida aos moradores".

O GIS também pode ser usado no planejamento da cidade, da infra-estrutura, no planejamento e acompanhamento de obras, no acompanhamento da situação social da população, que no caso são os serviços de saúde, educação etc. "Todas essas áreas, numa prefeitura, estão diante do território do município e teremos um GIS Corporativo desde que este sistema esteja integrado aos demais sistemas da prefeitura e não isolado no departamento de planejamento ou de obras ou da fazenda, sendo operado apenas por especialistas", salienta Covre. Esta é, aliás, uma das grandes premissas do GIS Corporativo: a integração de informações.

A Evolução do GIS
Normalmente, o GIS surge nas corporações, sejam públicas ou privadas, como uma ferramenta de projeto, através de um pesquisador ou um usuário, integrando as informações para aquele ambiente restrito. Por exemplo, na secretaria de meio ambiente, um pesquisador utiliza o GIS para um determinado projeto.

A partir daí, ele pode se tornar um GIS departamental, ou seja, várias pessoas do mesmo departamento integram e compartilham informações, embora a ferramenta ainda permaneça restrita àquele departamento. Quando o GIS passa a integrar e compartilhar informações entre vários departamentos disponibilizando esses dados para outros, surge o GIS Corporativo.

No caso da secretaria de meio ambiente, se a informação de florestas influencia o departamento de fiscalização de fauna, por que não compartilhar essas informações, por que não trabalhar com uma visão mais corporativa, integrando, compartilhando, servindo? (A figura 1 ilustra o quadro dessa evolução)

ARCGIS EM PORTUGUES PROMETE IMPULSIONAR GIS CORPORATIVO NO BRASIL

Além do aspecto tecnológico da solução corporativa, outro desafio é a incorporação dessa tecnologia pelas pessoas. Hoje em dia existe um trabalho bastante reconhecido que aborda todo esse processo de gerenciamento das mudanças – change management. Uma nova solução corporativa, no caso, a implantação do GIS, implica em mudanças operacionais de trabalho de diversas áreas da empresa e, conseqüentemente, das rotinas individuais. Isso vem sendo acompanhado por grandes empresas de consultoria num trabalho paralelo à implementação de uma solução corporativa.

"Com esta visão, a Imagem desenvolveu um trabalho relacionado que é a localização do ArcGIS para o Português. Isso significa um avanço muito grande na forma de implantação de uma solução de GIS Corporativo", afirma Iara Musse Felix, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Imagem Soluções de Inteligência Geográfica.

Ela explica que a localização do software minimiza qualquer dificuldade que naturalmente acarreta a implantação de uma nova tecnologia. Uma solução corporativa atinge, além da área de IT da empresa, que geralmente tem uma familiaridade maior com o Inglês, uma série de níveis de usuários para os quais a língua estrangeira acabaria introduzindo no projeto um dificultador a mais. "Eliminando isso, nós criamos uma facilidade de comunicação muito maior e isso tem se refletido com um resultado bastante positivo. A própria receptividade dos usuários desde o início da implantação tem se mostrado maior".

Tecnologias como essa evoluem rapidamente. A cada ano são lançadas novas versões e aplicações. Se, além de incorporar essas novas funcionalidades, é preciso lidar com a dificuldade da língua, isso pode atrasar o bom andamento do projeto. Pensando nisso, a Imagem promoveu, no dia 18 de março, o lançamento simultâneo em São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro do ArcGIS versão em Português. O evento contou com a participação de várias empresas e organizações como Petrobras, Embratel, Siemens, Ericsson, ANEEL, ICA, IME, entre outros.

"Nós firmamos, em conjunto com a ESRI, o compromisso de termos toda a família ArcGIS na versão ESRI Brasil, ou seja, localizada na nossa língua, com material didático e os futuros upgrades também em Português, o que garantirá um ganho maior de tempo de implantação e assimilação do conhecimento. Já estamos percebendo a satisfação dos clientes e o reconhecimento do mercado com essa iniciativa", completa Iara.

Iara Felix, gerente de Desenvolvimento de Negócios

Robustez e funcionalidade

A necessidade de atender atividades de missão crítica numa empresa demanda robustez. Somente sistemas maduros, com tecnologia testada e comprovada, são capazes de sustentar esta necessidade. Redundância e segurança com a base de dados são vitais para garantir robustez e, portanto, é recomendável que se possa valer das qualidades da associação da ferramenta GIS com um sistema de gerenciamento de bases de dados robusto, desenhado para suportar esta necessidade.

Já que participa nos processos vitais da empresa, o Sistema deve dispor de ferramentas capazes de atender às mais diversas demandas. Ou seja, é imprescindível que haja riqueza em termos de funcionalidade. Não basta um GIS com consulta espacial. Se no negócio se faz necessária a análise de redes ou modelagens ambientais mais complexas, elas devem estar presentes nas mãos dos tomadores de decisão. É natural, portanto, que o sistema precise contar com funcionalidades sofisticadas de análises geográficas e dispor de ferramentas de modelagem. Isso significa que o GIS deve ir muito além da mera consulta e display de dados e mapas.

A necessidade de integração com outros sistemas legados define outra necessidade: padrões. A plataforma web é vital no ambiente corporativo. Isto exige interfaces e formas de comunicação diferentes. Da mesma forma, a abordagem "cliente/servidor" permite balancear os recursos no ambiente computacional corporativo, proporcionando uma otimização dos mesmos. Na porção cliente do sistema, pode-se ter desde leves aplicações de um browser, ou mesmo um palmtop no campo, até aplicações mais completas de análise nos departamentos técnicos.

Marcos Covre, diretor técnico da Imagem

Tecnologia
Poucos são os sistemas que dispõem de todo este arcabouço tecnológico e são eles os mais apropriados ao ambiente corporativo. Numa tecnologia que disponha de todos estes componentes, integrados e completos, reside o segredo do sucesso de inúmeras implementações corporativas.

Uma das tecnologias mais eficientes atualmente são as ferramentas da família ArcGIS. Produzido pela ESRI, o ArcGIS engloba ferramentas como o ArcPad, o ArcGIS Desktop, o ArcSDE, ArcIMS, ArcReader, entre outras aplicações.

O ArcPad oferece aos "handhelds" funcionalidades GIS e GPS que auxiliam na busca de dados em campo com a possibilidade de trabalhar com mapas. Além disso, permite a obtenção de dados em diversas aplicações, como inventário de sinais de rua, manutenção e leitura de contadores de energia e exploração mineral. Já o ArcGIS Desktop é uma solução completa para edição, geração de mapas, análises e consultas de dados espaciais, podendo ser integrado às outras ferramentas ArcGIS.

Como o GIS Corporativo precisa estar integrado a outras aplicações, o ArcSDE é justamente o gateway para se ligar a qualquer banco de dados. "O fato de existir o ArcSDE permite que você use o GIS em qualquer ambiente corporativo, porque ele se conecta a qualquer sistema de banco de dados do mercado, seja Oracle, seja DB2, da IBM, seja o Informix, seja SQL Server. Por isso ele é tão importante para o GIS Corporativo", explica Marcos Covre.

Além disso, o ArcSDE permite um grande número de usuários acessando uma base, um amplo espectro de plataformas tanto no servidor quanto na parte cliente, trabalhando com padrões abertos e o conceito de interoperabilidade, isto é, um dado em formato AutoCad ou MicroStation pode ser lido e utilizado pelo usuário através da ferramenta da ESRI. "Isso permite que você não mexa muito nos sistemas dos usuários finais", completa Covre.

"A tradução do nosso software para o Português é mais um marco na relação da ESRI com o mercado brasileiro. Nosso software tem sido utilizado no Brasil por mais de cinco mil usuários que representam centenas de empresas e departamentos. O principal benefício de ter o nosso software traduzido é torná-lo ainda mais amigável. Agora, podemos dizer que o ArcView fala Português, como os brasileiros, e isso o faz acessível a um amplo universo de usuários até então excluídos pela barreira da língua. Os atendentes de Call Centers, por exemplo, poderão se utilizar da interface em português do ArcReader para suas consultas geográficas, melhorando o atendimento ao público por parte das empresas de serviços públicos, segurança e utilities. Mais do que nunca, esperamos ver nossos softwares empregados no ensino da Geografia e Estudos Sociais em escolas, para que as próximas gerações já percebam desde cedo o poder da inteligência geográfica. Os benefícios desta localização são significantes. A tradução do ArcGIS para o Português faz parte de um programa de longo prazo da Imagem, com alocação de uma equipe especializada e dedicada desenvolvendo um trabalho de melhoria contínua junto aos usuários ESRI. Em breve teremos outros produtos localizados, como o ArcIMS e outras extensões. E, mais importante, a Imagem está trabalhando para termos a versão 9 do ArcGIS já em português, logo após o lançamento mundial."
Jack Dangermond, presidente da ESRI

No ambiente corporativo, as mudanças nas formas de gestão, padrões e novas tecnologias são desafios para o GIS. Assim, é fundamental que essas ferramentas de GIS Corporativo estejam antenadas com esse ambiente de mutação. "Evolução com segurança é a palavra chave neste mercado".

Thais Alckmin
Jornalista, Assessora de Marketing da Imagem Soluções de Inteligência Geográfica
talckmin@img.com.br

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