Pela primeira vez na história do Brasil que informações amplas e detalhadas sobre remanescentes de um bioma de diversas cidades estarão disponíveis, com acesso livre e universal, por meio da internet.A Fundação SOS Mata Atlântica, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), lançou em maio o Atlas dos Municípios da Mata Atlântica.
A novidade revela a situação da Mata Atlântica em 2.815 municípios, de dez dos 17 estados que são abrangidos pelo bioma, além de mostrar os índices de representatividade da vegetação de mangue e de restinga. O Índice de Preservação da Mata Atlântica, indicador criado pela organização ambientalista com o ranking dos municípios que mais possuem vegetação nativa da Mata Atlântica, é outro diferencial que o Atlas traz.
Para a SOS o novo Atlas é considerado não só um instrumento de monitoramento, mas de pressão aos senadores para aprovar o Projeto de Lei de Uso e Conservação da Mata Atlântica, que completará 12 anos de tramitação no Congresso Nacional.
As informações estão disponíveis por meio de mapas detalhados, elaborados a partir da interpretação de imagens dos sensores TM e ETM+ dos satélites da série Landsat. A escala de interpretação das imagens é de 1:50.000. O aplicativo utilizado para interpretar as 115
cenas que retratam a área total do mapeamento é o Spring, desenvolvido pelo INPE.
A área mínima de mapeamento é de 10 hectares. Os municípios que apresentam uma área de Mata Atlântica menor que esse número em seus territórios não estão presentes no Atlas, pois, em termos de conservação de biodiversidade, esse índice é pouco representativo.
Novo mapa define área de conservação ambiental
O Governo Federal lançou o Mapa dos Biomas Brasileiros: um banco de dados que delimita as 900 áreas de todo o país que deverão ter prioridade em suas atividades de conservação ambiental. A definição das áreas prioritárias é resultado de discussões feitas desde 1998 entre técnicos do governo, organizações não-governamentais e especialistas do setor.
Das 900 áreas, 510 foram classificadas como "de extrema importância biológica". Elas estão espalhadas por todos os Estados brasileiros e abrangem reservas ecológicas, parques e terras indígenas, entre outros, localizados na Amazônia, na mata atlântica, na caatinga, no cerrado, no Pantanal, nos campos sulinos e na zona costeira. Juntamente com esta novidade, o Ministério do Meio Ambiente lançou também, em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a nova edição do Mapa de Vegetação do Brasil. De acordo com o governo, 400 milhões de hectares (mais de 400 milhões de campos de futebol) foram degradados pelo homem desde o descobrimento. A mata atlântica seria a mais devastada (93%), seguida pelo cerrado (80%) e pela caatinga (70%).