Caminhoneiros utilizando monitoramento via satélite. Esse é o resultado de um número que assusta o setor de transporte no país: 11 mil roubos de carga ocorrem todos os anos nas estradas brasileiras.

A estatística foi levantada na semana passada durante uma teleconferência transmitida da Confederação Nacional do Transporte, que discutia a atuação da Polícia Federal no combate a esse crime. O delegado da Polícia Federal Getúlio Bezerra destacou a importância da integração das polícias nas ações contra os criminosos. Entretanto ele revelou que a estratégia que vem sendo adotada para reprimir esse tipo de crime é nada mais, nada menos que o uso ostensivo de GPS (Sistema de Posicionamento Global – sigla em inglês) nos veículos.

O uso da tecnologia intimida os ladrões e faz com o número de roubo de carga despenque. A empreitada contra o roubo de cargas não para por aí. Uma parceria entre o governo federal e o setor de seguros privados pretende aumentar a recuperação de veículos e cargas roubadas no país por meio de um sistema de monitoramento por satélite.

Uma experiência da Federação Nacional de Empresas de Seguros Privados e Capitalização (Fenaseg) servirá de base para o projeto, que consiste em instalar estes equipamentos nas rodovias que cruzam as fronteiras do país. A idéia é que o equipamento ajude a localizar automóveis roubados, facilitando o trabalho de apreensão e recuperação de veículos e cargas. O sistema de monitoramento consiste em câmeras equipadas com um mecanismo digital de captura de imagens, que permite identificar placas de veículos em movimento.

As informações são enviadas via satélite a uma central e cruzadas com a base de dados de veículos segurados da entidade, o que permite identificar em tempo real a localização de um automóvel segurado roubado no momento em que ele cruza a fronteira. "O trabalho de recuperação começa a partir daí. Com a rota do veículo traçada, a seguradora trabalha junto com a polícia na apreensão do veículo". diz o diretor de Projetos e Serviços da Fenaseg, Horácio Cata Preta.

Segundo o diretor, a intenção é colocar 25 pontos de monitoramento das fronteiras até o final deste ano. Os custos de instalação do equipamento – cerca de US$ 8 mil por ponto – serão bancados pelas seguradoras

Informações do jornal Zero Hora e do Jornal do Brasil