O Ministério Público Estadual (MP) vai decidir até a próxima semana se concede mais um prazo para a Prefeitura e a São Paulo Transporte (SPTrans) colocarem pelo menos um ônibus adaptado para deficientes por linha com pena de multa de R$ 1 mil para cada linha de ônibus que não tiver um veículo ajustado.
Segundo a comunicação da Prefeitura, os ônibus estarão nas ruas até dezembro. Na cidade existem 992 linhas e apenas 355 têm ônibus que facilitam o acesso de deficientes. Uma das principais características destes veículos é que eles serão controlados por GPS. Segundo o assistente técnico da Secretaria Municipal dos Transportes, Maurício Thesin, "está sendo criada uma central de controle, no Pari, com um telefone 0800 que permitirá que, quando uma pessoa ligar, saibamos a localização exata dela e do ônibus solicitado".
Isso facilitará a locomoção dos deficientes e impedirá que eles fiquem esperando o ônibus por tempo indeterminado. Entretanto, estes veículos poderão demorar mais um pouco para ser realidade na vida dos deficientes paulistanos. "Após o dia 12 teremos reunião com o secretário municipal de Transportes e representantes da SPTrans para analisar uma nova proposta", disse o promotor Júlio César Botelho, do Grupo de Proteção à Pessoa Portadora de Deficiência do MP. "Se ela for melhor que a determinação da Justiça, atenderemos ao pedido da Prefeitura, se for pior, determinaremos o cumprimento da condenação."
Além da multa, a prefeita Marta Suplicy pode sofrer uma ação de improbidade administrativa. No encontro da semana que vem, a SPTrans vai apresentar um projeto de acessibilidade mais amplo que a colocação de um ônibus adaptado nas linhas, segundo informou ontem o assistente técnico da secretaria Maurício Thesin.
Ele afirma que a solicitação do MP não resolveria o problema, pois com apenas um ônibus adaptado por linha, o veículo chegaria a passar pelo mesmo local a cada quatro horas. O projeto SPTrans prevê que as vias principais de todos os bairros terão um ônibus adaptado circulando com intervalos de 30 a 40 minutos, numa primeira fase. Assim, uma linha poderá ter mais de um veículo adaptado.
Informações do O Estado de São Paulo