O INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e a CAST (Academia Chinesa de Tecnologia Espacial) interromperam o registro de imagens do Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres CBERS-2 para avaliar algumas anomalias apresentadas pelo satélite recentemente.

Espera-se que seu funcionamento se regularize ainda nos próximos dias. A Política de Distribuição de Imagens CBERS gratuitamente para usuários do território nacional teve início em junho de 2004. Desde então, cerca de 95 mil cenas já foram distribuídas, situando o INPE como a instituição que mais distribui imagens de satélite no mundo. Em julho de 1988 foi assinado um acordo de cooperação entre Brasil e China para o desenvolvimento conjunto de dois satélites de observação da Terra, através do Programa Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS).

O programa previa o uso dos recursos financeiros e da capacitação técnica dos dois países para estabelecer um sistema completo de sensoriamento remoto competitivo e compatível com as necessidades de cada um. Na China, a implementação do Programa CBERS ficou a cargo da CAST e, no Brasil, do INPE.

O primeiro satélite chamava-se CBERS-1 e foi lançado da China em outubro de 1999 e operando com sucesso durante quase quatro anos. O segundo satélite, intitulado CBERS-2, é uma réplica do CBERS-1 e foi lançado em outubro de 2003, continuando a operar até hoje. Os dois primeiros satélites da família CBERS estão equipados com três câmeras para observação da superfície do planeta, nas regiões do espectro eletromagnético correspondentes ao infravermelho e ao visível.

Cada satélite foi equipado com um repetidor para coleta de dados, em apoio à operação do Sistema Brasileiro de Coleta de Dados Ambientais. As aplicações das imagens obtidas a partir dos satélites CBERS são as mais variadas, desde mapas de queimadas e desflorestamento da região amazônica, até estudos na área de desenvolvimento urbano nas grandes capitais do país.

Para 2006, está previsto o lançamento do CBERS-2B, com o objetivo de garantir a continuidade do fornecimento das imagens geradas pelo CBERS-2. Paralelamente, serão desenvolvidos os CBERS-3 e CBERS-4, com características mais avançadas do que ad dos seus três antecessores. O lançamento do CBERS-3 está previsto para 2008 e o do CBERS-4, para 2010.

Enquanto que na cooperação relativa aos satélites CBERS-1 e CBERS-2 as participações brasileira e chinesa foram de 30% e 70%, respectivamente, no novo acordo a participação brasileira foi ampliada para 50%, igualando nossa responsabilidade à do lado chinês. O investimento do lado brasileiro para os CBERS-3 e CBERS-4 será da ordem de US$ 150 milhões. Informações do INPE