Ao completar treze anos em operação nesta quinta-feira (9), o Satélite de Coleta de Dados (SCD-1) terá dado 68.586 voltas ao redor da Terra. Esse foi o primeiro satélite totalmente projetado, construído, testado e operado no Brasil. Quando lançado, em 9 de fevereiro de 1993, a expectativa de vida útil era de apenas um ano. Sua longevidade surpreende até mesmo os técnicos do INPE, ao mesmo tempo em que prova a competência da engenharia espacial brasileira.
Ao longo destes 13 anos, foram feitas 33 correções de atitute e enviados 85.410 telecomandos, manobras que são realizadas pelo Centro de Controle de Satélites (CRC) do INPE, em São José dos Campos (SP).
"Acompanhamos todos os movimentos do satélite, que tinha velocidade inicial de rotação de 120rpm e hoje apresenta velocidade de 46rpm. De fato, é uma surpresa que ele continue a suprir as necessidades dos usuários durante todo este tempo", conta Pawel Rozenfeld, chefe do CRC/INPE.
O lançamento do SCD-1 foi o início da operação do Sistema de Coleta de Dados Brasileiro, que consiste de uma rede de satélites em órbita baixa que retransmitem a um centro de missão os dados ambientais recebidos de um grande número de plataformas de coleta de dados espalhadas pelo território nacional. Atualmente, o Sistema de Coleta de Dados é composto pelos satélites SCD-1, SCD-2 e CBERS-2, sendo que suas informações são distribuídas a diversas instituições no Brasil e no exterior.
O satélite capta e retransmite os sinais das plataformas para a estação de recepção e processamento do INPE em Cuiabá (MT) e depois os dados são transmitidos para a unidade de Cachoeira Paulista (SP), onde ficam à disposição das empresas e instituições usuárias do sistema.
Os dados coletados pelo satélite SCD-1 são utilizados em diversas aplicações, como previsão de tempo, estudos sobre correntes oceânicas, marés, química da atmosfera, planejamento agrícola, entre outras. Uma aplicação de grande relevância é o monitoramento das bacias hidrográficas, que fornecem dados fluviométricos e pluviométricos.
Informações do INPE