Por Andrea Greca Krueger

Mega evento reuniu mais de 5 mil pessoas no Walt Disney World

A 13ª edição da Autodesk University (AU), que aconteceu entre 28 de novembro e 1º de dezembro, em Orlando, EUA, bateu recordes de público e expositores. O mundo mágico da Disney – uma das maiores clientes da Autodesk – transformou-se por quatro dias numa verdadeira terra encantada para engenheiros, arquitetos e técnicos que utilizam as soluções da Autodesk nas áreas de manufatura, infra-estrutura, construção, mecânica, mídia e entretenimento.

Mais de 5 mil clientes e parceiros da líder mundial em serviços de software, vindos de 63 países, reuniram-se para assistir as 400 aulas e botar a teoria em prática nas dezenas de laboratórios espalhados pelo complexo de hotéis Swan and Dolphin, no Wald Disney World. O pavilhão de exposições também teve a maior participação já registrada, com uma centena de estandes representando vários campos da tecnologia. Empresas como a 4Datalink, Leica Geosystems e Trimble Navigation estavam por lá. Patrocinada por companhias de alto calibre como Microsoft, HP, Dell, IBM e Intel, a Autodesk University 2005 foi um evento de altíssimo nível, cuja organização impecável demonstra porquê a presidente Carol Bartz é figura constante na lista dos empresários mais bem-sucedidos dos Estados Unidos. Em 2005, ela foi considerada pela revista Fortune uma das 50 executivas mais poderosas do país e a Forbes colocou-a na lista das 100 mulheres mais poderosas do mundo. Carol atribui à criatividade dos seus 7 milhões de clientes (legais) – e por que não, dos mais de 30 milhões piratas? – o crescimento estrondoso da Autodesk no último ano. “Agradecemos aos nossos consumidores por executarem trabalhos tão fascinantes com nossos produtos”, disse ela para uma platéia de 5 mil pessoas, “vocês são o centro do nosso universo”. A CEO também disse que todo o esforço da Autodesk ultimamente tem sido convencer os usuários a manter a informação digital, e de preferência em três dimensões, do começo ao fim do projeto. “Por favor, peço a vocês, esqueçam o 2D e convertam-se logo ao 3D, não é tão difícil assim”, divertiu-se.


A entrada da Autodesk University


Networking: Troca de experiências foi estimulada

Networking

Dos cinqüenta representantes da América Latina, onze eram brasileiros. Empresas como Cpqd, Celesc, Telemar e Vale do Rio Doce, enviaram representantes para conferir os lançamentos e aprimorar os conhecimentos com quem de fato desenvolve a tecnologia.

A maioria, no entanto, eram americanos e canadenses. Shawn Ploen, engenheiro mecânico do estado de Iowa, disse que a AU é a maior experiência de aprendizado que ele já participou. “Além disso, é um ótimo lugar para montar uma rede de contatos e conhecer pessoas”. A rede de contatos – ou networking – aliás, é uma das grandes atrações de mega eventos como esse. A organização estimulou fortemente os contatos interpessoais. Apesar do slogan oficial ser “Realize your Ideas” (“Realize suas Idéias”), sinais com “Networking – That Really Works” (“Rede de Contatos – Realmente Funciona”) foram espalhados em todo canto. Mensagem subliminar? Provavelmente.

O fato é que para a Autodesk, muito do que é aprendido na AU vem de fora das salas de aula, através da troca de experiência, cartões e futuramente e-mails. “Grandes negócios nascem assim”, afirmou o COO Carl Bass durante a cerimônia de abertura.

Infra-estrutura e GIS

Aulas sobre as aplicações e estratégias para o novo Autodesk Map 3D 2006, interoperabilidade entre dados CAD e GIS e as vantagens do uso de produtos Autodesk na explosão da cartografia digital foram ministradas durante os quatro dias da conferência. Os auditórios estavam sempre lotados e não era raro ver gente sentada no chão, “anotando” dicas e mais dicas e seguindo os comandos mostrados no telão em laptops (cada vez menores).

O conglomerado de soluções de infra-estrutura da Autodesk, do qual fazem parte os serviços de engenharia civil e informações geoespaciais, manteve a mesma parcela de participantes da edição passada: 35% do total de inscritos.

Em entrevista exclusiva à InfoGEO, Chris Bradshaw, vice-presidente da divisão, comemorou o crescimento do mercado. “Em 2004 o faturamento das soluções de infra-estrutura foi de 143 milhões de dólares”, disse, “isso representa um aumento de 25% em relação ao ano anterior”. Bradshaw destacou o lançamento do TopoBase, solução produzida na Suíça e testada na Alemanha que trabalha com grandes quantidades de dados GIS, e a criação da Fundação MapServer, com o MapServer Enterprise funcionando em código aberto. “A grande vantagem da Fundação MapServer é que mais pessoas vão utilizar nossos produtos e desenvolvê-los, gerando mais negócios e aumentando a receita. Estou muito empolgado com isso”, contou otimista.

América Latina

Na América Latina, as maiores responsáveis pelo bom humor de Chris Bradshaw são empresas privadas de engenharia e construção, governos nacionais e locais, companhias de telecomunicações e utilities (saneamento, telefonia, etc.) e transportes. Especificamente em GIS, governo e utilities são os maiores usuários. A Telemar do Brasil é a maior consumidora dos mapas produzidos pela empresa.

Juan Plaza, gerente de vendas de infra-estrutura para a América Latina, disse que o Brasil é extremamente importante na implementação do mercado de GIS da Autodesk. Quinze por cento do total mundial de vendas da seção são para países latino- americanos: 40% para o Brasil, 40% para o México e o resto dividido pelo outros países.

AU 2006 – De volta à Vegas

Apesar do balanço positivo, a próxima edição da AU, que acontece de 28 de novembro a 1º de dezembro, será em Las Vegas, como nos anos anteriores. O local escolhido foi o Venetian Resort Hotel e as inscrições abrem em julho de 2006.

Agradecimentos: Ainara Mantellini e Silva-na Pareja, da IMS.

A jornalista participou do evento à convite da Autodesk.