Portugal vai acompanhar a evolução da desertificação com base no histórico dos últimos 30 anos e em imagens de satélite. A intenção, segundo o governo, é pesquisar o cenário para o futuro.
O sistema, que deve estar operando até ao final do ano, permitirá acompanhar também a execução das propostas do Programa Nacional de Políticas de Ordenamento do Território daquele país.
O sistema baseia-se nos indicadores do Desertwatch, um projeto que está sendo desenvolvido pela Agência Espacial Européia (ESA) e pretende fazer uma avaliação da ocupação do solo na região mediterrânica nos últimos 30 anos e traçar cenários até 2034.
O coordenador do Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação (PANCD) admitiu que a concepção e a aplicação de medidas para combater a desertificação nem sempre são as mais eficazes e considerou que deve haver um maior envolvimento e participação das pessoas neste problema.
A associação ambientalista Quercus pede mais recursos para combater o fenômeno, que afeta 36% do território nacional, e afirma que Portugal continua ignorando o problema.
Desertificação
O termo "desertificação" não se refere à expansão dos desertos que já existem, mas à criação de novas áreas de seca severa, através da degradação de ecossistemas sucetíveis pelo homem ou por variações climáticas.
A desertificação afeta um terço da superfície terrestre e mais de um bilhão de pessoas – sobretudo na África, Ásia e Europa. Os impactos do fenômeno refletem especialmente na economia, bem-estar e segurança da população.
A Algéria, país situado entre o Marrocos e a Líbia,
sofre com o progresso avançado da desertificação.
Imagem: Envisat / ESA