O derretimento das bordas da calota de gelo da Groenlândia acelerou desde o verão de 2004, segundo dados obtidos com os satélites Grace, que medem o campo gravitacional terrestre.

Esses dados indicam que anualmente derretem cerca de 240 quilômetros cúbicos, de um total de 2,5 milhões de quilômetros cúbicos da calota, o que contribui para a elevação do nível do mar.

Derretimento na Groenlândia

Na Groenlândia está a segunda maior calota de gelo do mundo, só superada pela Antártica, que contém cerca de 2,5 milhões de quilômetros cúbicos de água em forma de gelo.

Medições de altimetria realizadas com laser indicaram que entre 1997 e 2003 perderam-se cerca de 80 quilômetros cúbicos de gelo por ano, a maior parte na periferia da calota.

As novas estimativas elevam consideravelmente esse volume, e caso confirmadas fazem com que a Groenlândia seja um fator a se levar em conta no cálculo da possível elevação do nível do mar devido ao aquecimento global.

Os especialistas já calculavam que a Groenlândia contribui com cerca de meio milímetro anual para a elevação do nível do mar em escala global, que é de 3 mm por ano. A estimativa dos cientistas que obtiveram os novos dados eleva essa quantidade muito pouco, para 0,54 mm por ano.

Se toda a calota da Groenlândia derretesse, o que não está previsto para os próximos mil anos, pois supostamente as calotas polares derretem muito mais lentamente que as geleiras, o nível do mar subiria 6,5 metros.

Precipitações na Antártica

O derretimento das calotas polares poderia afetar a circulação oceânica global e provocar grandes mudanças climáticas locais, temem os cientistas, que por isso estão estudando também a Antártica.

O registro mais completo de precipitações no continente antártico será publicado na revista Science.

Ele mostra que não ocorreu um aumento significativo nos últimos 50 anos, apesar de os modelos climáticos atuais indicarem que deveria chover ou nevar mais na Antártica na medida em que aumentam as temperaturas atmosféricas.

Os dados sugerem, portanto, que não está se acumulando mais neve na Antártica, o que se acreditava que pudesse aliviar os efeitos do derretimento acelerado do gelo em outras partes do mundo.

->Gráfico da diminuição da massa de gelo na Groenlândia entre os anos de 2002 e 2005