Claudia Sargento, do portal português Semana Informática, apresenta detalhes sobre a gestão de frotas no velho continente.

"O potencial do mercado é de vários milhões de euros". A opinião de Armando Xavier, diretor comercial de Mercado Empresarial na NEC, relativa às aplicações tecnológicas para a área de gestão de frotas é praticamente consensual entre todas as empresas da área.

A este propósito, Vítor Almeida, da direção comercial da Blue Security, lembrou que, em 2004, só as principais 81 empresas de operadores logísticos tiveram um faturamento de quase um bilhão de euros, sendo que o mercado continua em franco crescimento.

Este mercado surge ainda mais valorizado tendo em conta que, ao contrário do que se pensa, as aplicações de gestão de frotas são indicadas não só para grandes companhias, como também para pequenas e médias empresas.

Independentemente do seu tamanho, se a empresa tem uma noção clara do seu negócio e procura utilizar estas soluções como ferramenta de aumento do negócio, sobretudo através da maior produtividade e eficiência, estas soluções são naturalmente rentáveis, acredita Manuel Paias, director da BCCM, uma empresa do Grupo Reditus para a área da georreferenciamento.

Dimensão não constitui entrave

Esta é também a opinião de Miguel Ferreira da TMN, segundo o qual estas aplicações podem se aplicar a qualquer empresa com recursos móveis, independentemente da sua dimensão. No entanto, para empresas de pequena dimensão, a TMN aconselha, normalmente, a solução Web-based devido, essencialmente, aos baixos custos de investimento e manutenção, uma vez que as plataformas tecnológicas e cartográficas são disponibilizadas pelo fornecedor do serviço.

Um dos ganhos mais visíveis terá, essencialmente, a ver com a redução de recursos humanos. No fundo, onde anteriormente havia uma maior dedicação e esforço na gestão de frotas, hoje com essa gestão automatizada pode-se transferir recursos para outras tarefas.

Convém lembrar que o mercado para a gestão de frotas é composto por diversos setores que vão desde a construção, distribuição e logística, serviços e rent a car até aos transportes de todo o tipo, sublinhou Vítor Almeida. No entanto, no futuro vai passar a ser obrigatório para todas as empresas que possuam um frota de apenas alguns poucos veículos contar com estas aplicações.

Um setor em mudança

Até muito recentemente, a grande maioria das companhias-alvo deste tipo de soluções eram, sobretudo, as grandes empresas do setor dos transportes, ultimamente tudo está mudando. Assim sendo, começam a recorrer a este tipo de aplicações também as empresas de distribuição, logística e de serviços, públicas ou privadas, que utilizam uma frota de veículos para fazerem a distribuição dos seus produtos ou prestarem serviços aos seus clientes.

As necessidades sentidas para recorrer a este tipo de aplicações situam-se no âmbito do aumento de segurança e produtividade através do seguimento em tempo real da sua frota de veículos. Existem também algumas necessidades em outros segmentos tais como o da administração pública local.

A escolha entre uma solução de localização em tempo real e os antigos sistemas passivos é uma questão que já quase não se coloca. As soluções mais modernas são desenvolvidas com capacidade de configuração à distância, o que permite mudar as regras a todo o instante.

O que normalmente acontece é que os veículos recolhem os dados em intervalos de tempo definidos e, comunicam ao fim de um período determinado, normalmente uma ou duas vezes por dia. Por outro lado, há sempre a possibilidade de pedir ao sistema o posicionamento de um ou de um grupo de veículos e a verdade é que os clientes procuram sempre um sistema que lhes permita a flexibilidade de ajustar a quantidade de comunicações à evolução das suas necessidades.

Claudia Sargento
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