“Não há e jamais houve imagens proibidas no Google Earth ou áreas escondidas com manchas negras, tampouco um presidente entrou em contato comigo afirmando que o programa é uma ameaça à segurança de seu país”. As palavras de Michael T. Jones, chefe de tecnologia das divisões Earth, Maps and Local do Google, fazem cair por terra qualquer especulação sobre um dos maiores fenômenos já vistos na internet.

Os números são proporcionais às polêmicas: em apenas um ano, mais de 100 milhões de pessoas fizeram o download de uma das três versões do Google Earth. “Parece que o público gostou, não é?”, brincou. E como! Além das instalações, os APIs do Google Maps – também conhecidos como mashups- estão em 30 mil sites e há cerca de 130 mil citações sobre o tema em blogs.

Para estimular a troca de informações e dados, um grupo de usuários criou a Google Earth Community (bbs.keyhole.com), uma comunidade independente que conta com quase 600 mil membros ativos, discussões em tempo real e novos posts a cada segundo.

Jones explica que a empresa apóia incondicionalmente iniciativas como essa, já que um dos trunfos do Google Earth é a possibilidade de interagir e inserir dados ao programa. “Hoje temos 100 milhões de pessoas construindo o mundo através do Google SketchUp, por exemplo”, disse com exclusividade a InfoGEO.

Futuro

A Google segue uma política de não divulgar cifras ou falar sobre planos futuros. O articulado Jones, no entanto, não contem o discurso quando o assunto é o próximo passo dos sistemas de informações geográficas. Apaixonado por geografia desde garoto, quando assistia fascinado ao seriado Jornada nas Estrelas, ele crê que a popularização do GIS é uma maneira de promover o progresso e a integração mundial.

“Atualmente, os GIS não são usados apenas especialistas, todos podem ter acesso a eles facilmente – basta estar conectado à internet”, disse. “Estamos sempre em busca dos melhores dados possíveis. E é exatamente isso que queremos proporcionar: resolução cada vez menor em todas as partes do planeta”, afirmou, destacando que a Holanda tem hoje precisão de 15 centímetros, enquanto Alemanha e Reino Unido estão representados com apenas 25 centímetros. Ele prevê que em dois anos haverá pelo menos dois metros de acurácia no mundo todo. “Muitas pessoas têm problemas e não sabem como resolvê-los. Este é o nosso trabalho: procurar soluções para nossos usuários”.