A Embrapa e a Secretaria de Defesa Agropecuária, ambas ligadas ao Ministério da Agricultura, estão monitorando a aftosa nas fronteiras secas do país através de imagens de satélites.

Pesquisadores recebem imagens de cerca de 4 mil quilômetros quadrados, especialmente das divisas do Acre, Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O sistema é abastecido por imagens de alta resolução e também por dados locais repassados por habitantes da região.

Alexandre Camargo Coutinho, biólogo da Embrapa e coordenador do projeto, acredita que em um futuro próximo toda a fronteira deverá estar coberta.

Mesmo malhas viárias finas são registradas, assim como barreiras naturais, como rios. A partir desses dados é possível, por exemplo, estabelecer quais estradas devem ser fechadas para impedir a disseminação da doença em momentos de infestação.

O projeto serve ainda para identificar pontos mais vulneráveis à entrada de animais de países onde a prevenção ainda não é tão eficaz.

Crise acelera projeto

Carlos Magno Campos da Rocha, engenheiro agrônomo e assessor da Secretaria de Defesa Agropecuária, afirma que a crise de febre de aftosa do ano passado acelerou a implantação do projeto, embora já estivesse nos planos do órgão.

No final deste ano o projeto deve estar totalmente concluído, com a disponibilização dos dados a municípios, Estados e outros segmentos do governo federal. O público em geral também terá acesso pela internet, porém nem todas as informações serão liberadas, por questões de segurança.

Satélites SPOT e CBERS

Basicamente, as imagens de dois satélites são usadas no projeto. O SPOT, da França, é mais preciso e permite a visão de casas, estradas, entre outros, com maior nitidez. O problema é que o país tem de pagar para obter os dados.

O outro satélite utilizado é o CBERS, que, embora tenha menor resolução,  é visto pelos pesquisadores como essencial ao sucesso do projeto, devido à gratuidade das imagens.