A área mais antiga de ocupação humana da Amazônia, conhecida como Centro de Endemismo Belém, possui somente 23 por cento de sua cobertura florestal intacta. Este resultado é fruto de uma pesquisa divulgada no início de novembro.

O mapeamento é o estudo científico mais detalhado já realizado da região e ilustra, com mapas, as várias categorias de florestas da região, indicando sua situação de exploração. Para obter resultados tão refinados, os especialistas contaram com imagens de satélites e muita pesquisa in loco.

A equipe envolvida no trabalho analisou um mosaico composto por 16 imagens de satélite Landsat TM5, processadas nos anos de 2003 e 2004. As conclusões foram validadas por meio de diversas pesquisas de campo, nas quais os cientistas percorreram grande parte da área estudada, que tem área equivalente ao Reino Unido.

De acordo com os dados obtidos no estudo, feito por pesquisadores do projeto Biota Pará, uma parceria da Conservação Internacional com o Museu Paraense Emílio Goeldi, de 33% dos remanescentes florestais encontrados, 23% correspondem a floresta intacta e 10% a florestas exploradas.

Os resultados servem de alerta para o que pode ocorrer no futuro com o restante da floresta se não forem tomadas medidas adequadas.

O Centro de Endemismo Belém, que fica entre os Estados do Pará e Maranhão, é a área mais devastada da Amazônia brasileira, onde está grande parte das espécies ameaçadas de extinção do Pará.

"A situação hoje no Centro de Endemismo Belém dá a melhor idéia do que pode acontecer no futuro nas outras regiões da Amazônia que ainda não passaram por esse processo intenso de colonização", diz o biólogo José Maria Cardoso da Silva, vice-presidente de Ciência da Conservação Internacional do Brasil.

O levantamento mostrou ainda que nas áreas já desmatadas, apenas 1,4% apresentam ações de reflorestamento, um tipo de incitava que poderia reverter o processo de destruição na região.

Para mais informações:
Conservação Internacional do Brasil: www.conservation.org.br
Museu Paraense Emílio Goeldi: www.museu-goeldi.br