Além da disponibilização dos dados de projeto e de construção, o sistema deverá permitir uma integração com os demais sistemas de gestão do cliente, e fornecer conexões para os planos de ação de emergência e gerenciamento de risco, manutenção, sistema de acompanhamento e controle de empreendimento, sistema de gestão de terras, além de softwares de simulação de vazamentos e outros programas utilizados pela Petrobras.
Para evitar conflitos referentes à plataforma de desenvolvimento do sistema de informações geográficas, deve-se utilizar o mesmo software que o cliente. O objetivo é atender às necessidades de fiscalização da obra, e também às especificações técnicas de formatação de arquivos para inserção em sistemas já existentes.
Assim, o sistema de informação geográfica a ser elaborado deve ser desenvolvido utilizando-se o software Autodesk MapGuide, onde a plataforma já é utilizada, sendo manipulado via páginas HTML e funções ASP através de acesso via browser (Internet Explorer versão 7.0), permitindo buscas e pesquisas de dados contidos em banco de dados, e possibilitando sua visualização sobre bases cartográficas.
O sistema foi concebido para ser instalado em um servidor no escritório central de obra, disponibilizando os dados na rede local, devendo ser implementadas rotinas para replicação do banco de dados em outros servidores via internet. Isso possibilitará o acompanhamento da obra remotamente através do GIS nos escritórios de campo e central.
Para a escolha do banco de dados a ser utilizado, o cliente deve ser consultado para verificar a melhor opção, considerando o banco utilizado, seu custo/benefício e sua capacidade de replicação com outros servidores.
Deverá ser criada tabela de logfile no banco de dados para controle de edição e inserção de dados, a qual identificará o usuário através de seu login, a tabela alterada, os dados primitivos, os dados atualizados e a data de alteração.
O sistema deverá conter login e senha para a identificação das pessoas que tenham permissão para acessar, inserir dados ou alterá-los, sendo estes dados enviados via internet para o servidor central do GIS. As tabelas serão passíveis de visualização e edição conforme o acesso registrado do usuário através de seu login, podendo ainda haver restrições de acesso a partes do sistema.
Todos os documentos de construção deverão ser disponibilizados através de programas específicos. Assim, os documentos de um determinado tema estarão disponíveis nas suas respectivas páginas, como por exemplo as plantas do projeto básico originalmente em .dwg, que serão mostrados através de visualizador Whip; os relatórios de travessias, em Word ou Acrobat; as tabelas, em Excel ou Acrobat; a documentação fotográfica e relatórios de inspeção, em JPEG, etc., sendo estes documentos passíveis de download, assim como os desenhos em .dwg ou .pdf.
O acesso ao sistema deverá ser multi-usuário, no ambiente de rede via intranet, sendo que o GIS e respectivo banco de dados ficarão armazenados em servidor local e serão acessados pelos usuários conectados à rede corporativa através de programa de visualização (MapGuide Viewer), devendo permitir:
• Navegação em diversas escalas de visualização, bem como sobre tema raster desejado, através de função “pan” (translado);
• Navegação pelo banco de dados através de visualização das tabelas HTML de determinado tema, sua correspondente visualização espacial, e vice-versa;
• Consultas através de janelas de busca e pesquisa;
• Consultas gráficas, obtenção de medidas de distâncias e coordenadas, e conversão de sistemas de projeção;
• Pesquisas simples a um tema através de consulta a campo específico no banco de dados, e visualização espacial dos resultados;
• Pesquisas através de cruzamento de diversos temas por campo comum a eles no banco de dados, e visualização espacial dos resultados;
• Exportação das tabelas em formato de linhas e colunas, conforme se apresentam na visualização das páginas HTML, podendo ser importadas em planilha Excel;
• Criação de temas dinâmicos da linha tronco a partir de dados inseridos no banco de dados, ou atualizados via formulários HTML.
Através da disponibilização do modelo digital do terreno (DTM), será possível desenvolver ferramenta para traçar perfil sobre uma linha desenhada no terreno, permitindo desta forma estudar acessos à faixa de dutos e análises preliminares de variantes, assim como desenvolver aplicativo para simulação de vazamento de líquidos.
O desenvolvimento dos trabalhos para implementação do GIS deverá ser planejado no mínimo em três etapas distintas. No primeiro grupo de tarefas deverão ser estudadas as bases cartográficas a serem disponibilizadas, e a preparação de temas tipo ponto, linha ou polígono, para inserção de identificador e sua vinculação com as tabelas do banco de dados.
Na segunda etapa deverá ser desenvolvida a formatação do banco de dados, estruturação das tabelas e planilhas, definição de indexação de tabelas e funções de relacionamento, interagindo ainda com o cliente acerca das informações a serem disponibilizadas, bem como a programação de rotinas para a automação do banco de dados.
No terceiro grupo de atividades deverá ser efetuada a integração das atividades acima, bem como as customizações, instalação do sistema, preparação e aplicação de treinamento para administradores e usuários.
Para projetos extensos e lineares como, por exemplo, dutos que podem ultrapassar mais de um fuso de projeção cartográfica (UTM), o sistema deve ser referenciado em graus decimais, para evitar a descontinuidade de fuso. Os elementos construtivos a serem inseridos deverão estar referenciados ao quilômetro desenvolvido.
Além dos temas básicos, devem ser desenvolvidos temas para atender especificamente o gerenciamento da obra, como por exemplo, controle de tubos, cadastro de soldas, inspeções, abertura de pista, abertura de vala, abaixamento da tubulação, diques no interior da vala, tubos concretados, etc..
Os temas pertencentes ao grupo Gerenciamento, deverão ser criados dinamicamente a partir de banco de dados, que poderá ser povoado pelos encarregados da fiscalização usando aplicativo desenvolvido em páginas HTML.
Devem ser desenvolvidas pesquisas específicas, disponibilizando todos os campos das tabelas para pesquisa. Poderá ser efetuada através de simples comparação de string ou através da seleção tabela, campo e operador lógico, resultando em tabelas que poderão ser exportadas para formatos diversos.
A pesquisa entre tabelas será efetuada por meio de cruzamento dos segmentos de quilometragem em comum, que poderão ser visualizadas no mapa através de temas virtuais construídos a partir do segmento resultante da pesquisa.
Antonio Mercuri
Geólogo. Sócio gerente da Global Geomática – Engenharia e Consultoria
mercuri@globalgeomatica.com.br
José Valentim Ramalho Pannach
Engenheiro cartógrafo. Sócio gerente da Global Geomática
Engenharia e Consultoria
valentim@globalgeomatica.com.br
Álvaro Dantas
Engenheiro civil. Sócio gerente da ACV Tecline
alvaro@acvtecline.com.br