Países de grandes dimensões, ambos em desenvolvimento, Brasil e China firmaram ontem um acordo de cooperação técnica e científica que prevê intercâmbio nas áreas de cartografia, sistemas de informações geográficas e sensoriamento remoto.
Uma delegação formada por cinco autoridades do governo chinês, chefiada pelo vice-ministro de Recursos Naturais, Lu Xingue, assinou ontem o convênio na sede do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no centro do Rio.
O Brasil tem grande interesse nos softwares desenvolvidos na China para processamento e compilação de imagens, afirmou o diretor de Geociências do IBGE, Guido Gelli. “Eles têm tecnologias bastante avançadas”, observou.
Ele também destacou a importância das imagens geradas pelo satélite chinês Beijing 1, que tem um telescópio de alta resolução capaz de mapear e fotografar todo o território do país, permitindo um monitoramento detalhado da área.
Interesse pelo IBGE
Já os chineses demonstraram curiosidade em saber como funciona o IBGE, e quiseram saber detalhes sobre projetos de georreferenciamento em curso na instituição.
Gelli brincou ao saber, pelo diretor do Departamento Nacional de Pesquisa da China, Min Yieren, que há 260 mil pessoas trabalhando só na área de cartografia na instituição chinesa, que realiza trabalho semelhante ao IBGE.
“Toda a nossa estrutura é formada por 7 mil pessoas. Esperamos que vocês cooperem enviando mais gente para cá”, disse.
Ao fim do encontro, Xingue afirmou que o acordo assinado ontem, com duração de cinco anos, deve ser prolongado, pois considera que os dois países guardam muitas semelhanças. “Somos grandes e estamos em processo de desenvolvimento. Passamos, portanto, por problemas semelhantes”, comentou.
“Espero que esse seja apenas um primeiro passo para novas parcerias”, declarou ele, que hoje vai se reunir com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em Brasília.
Fonte: O Estado de SP