O VI Congresso Internacional de Informática em Saúde, realizado no Palácio de Convenções de La Habana em Havana, Cuba de 12 à 16 de fevereiro de 2007, fez parte da XII Convenção e Exposição Internacional de Informática 2007 e contou com outros eventos ligados à informática e ao geoprocessamento.

A convenção, organizada pelo Ministério da Informática e Comunicações de Cuba, teve como tema nesta edição “As Tecnologias da Informação e as Comunicações e sua Contribuição para um Mundo Melhor” e contou com apresentações, painéis, projetos, estudos e palestras de diversos países com desenvolvimento na área de TI.

Na área de saúde, especificamente, Cuba possui um atendimento à saúde muito evoluído e elogiado internacionalmente, desde o sistema de dados e informações sistematizadas através da rede infomed (www.infomed.sld.cu), que integra todas a esferas do governo em uma única rede, até os usuários finais do sistema de saúde.

Neste sistema, por exemplo, o usuário não necessita de guias de encaminhamento para consultas especializadas ou cirurgias, pois esse encaminhamento é feito por via eletrônica, dispensando assim formulários impressos,filas, etc.. Apesar desta integralidade do sistema em Cuba, o uso do GIS na área da saúde pelo país não foi destacado no Congresso de Saúde, sendo apresentado apenas por outros países.

Experiência brasileira

A participação brasileira teve destaque com as palestras de Abel Packer, Diretor da Organização Panamericana de Saúde (OPS) Brasil, de Camilo Mussi da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e duas apresentações dos representantes do Departamento de Vigilância à Saúde da Prefeitura Municipal de Santo André-SP, Alexandre Longhini e Romualdo Juliatto.

Em sua palestra, Longhini abordou a utilização dos diversos sistemas de banco de dados de saúde do país, na gestão do SUS, e suas aplicações no município de Santo André. Enfatizou, ainda, a importância da integração destes sistemas para a melhoria da atenção à saúde em diversos níveis.

Juliatto, por sua vez, apresentou o Programa de Vigilância Ambiental em Saúde com ênfase na utilização de um banco de dados e da implantação do geoprocessamento como ferramenta de análise espacial (através de mapas temáticos focando os principais riscos à saúde) para a tomada de decisões da administração municipal.

O programa possui agentes locais de vigilância ambiental em saúde, distribuídos em 19 áreas que cobrem todo o município, e que geram dados primários “in loco” (boletins, relatórios, etc.), obtém dados secundários originários dos diversos banco de dados oficiais e ainda utiliza o telemarketing e a internet para registrar as reclamações dos munícipes.

Estas informações, depois de compiladas no banco de dados, georreferenciadas e espacializadas em um GIS, geram o mapa de risco à saúde no município, permitindo otimizar o conhecimento sobre a saúde em geral, orientar as tomadas de decisão, a realidade sanitária, epidemiológica, ambiental, demográfica e qualidade de vida e principalmente as políticas públicas relativas à saúde municipal.

Com informações de Romualdo Juliatto