A China lançou no início do ano o primeiro míssil anti-satélite desenvolvido pelo país, que atingiu um antigo satélite meteorológico americano e gerou protestos dos governos dos EUA, Japão, Austrália, Coréia do Sul e Canadá.

O governo chinês afirma que não pretende iniciar uma corrida espacial armamentista, mas está mostrando que não tem intenções de parar na busca pelo desenvolvimento de atividades espaciais.

Beidou

Em fevereiro de 2007 um Veículo Lançador de Satélites (VLS) Long March 3-A colocou em órbita um satélite de navegação de múltiplo uso do Centro de Lançamento de Satélites de Xichang, na província de Sichuan.

O lançamento se refere ao quarto satélite de navegação experimental em órbita da família Beidou. Os dois primeiros foram lançados ao espaço em outubro e dezembro de 2000 e o terceiro em maio de 2005.

Segundo a imprensa chinesa, o satélite experimental de navegação Beidou está operando bem e deverá ter um importante papel na cartografia, telecomunicações, transportes, indústria da pesca, prospecção, monitoramento de incêndios florestais e segurança nacional.

Ursa Maior

O satélite do Sistema Beidou – nome chinês para uma constelação conhecida no Hemisfério Ocidental como Ursa Maior – foi construído para uma órbita geoestacionária circular, operando a aproximadamente 35.888 km de altitude.

A China planeja lançar uma série de satélites para criar um sistema global de navegação que será chamado, em inglês, de Compass Navigation Satellite System.

Enquanto os sistemas GPS, Galileo e Glonass utilizam satélites que se movem em relação à superfície terrestre, o Beidou (ou Compass) irá posicionar cinco de seus satélites em órbitas geoestacionárias  e os outros trinta irão transitar em órbitas similares aos demais sistemas.

Precisão posicional

A Xinhua (Agência de Notícias Oficial da China), afirmou em novembro que o governo chinês proverá total acesso aos sinais do Beidou, permitindo um posicionamento com precisão de 10 metros. Um serviço adicional, restrito a determinados usuários, permitirá um posicionamento mais preciso.

Até agora, os planos de construção desse sistema tinham sido mantidos em segredo. A China se recusava a comentar sobre o projeto. Entretanto, no final de semana do lançamento, a agência de notícias Xinhua divulgou que existem planos de lançar dois outros satélites geoestacionários ainda este ano, permitindo que o sistema cubra todo o país e parte dos países vizinhos em 2008. Mais tarde, o sistema deverá se expandir para uma cobertura global.

Com informações de Silvia C. Salustiano e Wilson A. Holler