Em Betim foi realizado um trabalho inicial que faz uma análise da situação atual das informações de endereços do cadastro SUS e das Unidades de Saúde, com o intuito de criar um modelo matemático computacional para viabilizar a utilização em Sistemas de Informações Geográficas (SIG), para a análise e avaliação de melhoramento da disponibilização do atendimento e da saúde da rede pública municipal de Betim, com localização destes elementos no Município de Betim. Utiliza como base de dados uma amostra dos cadastros de Domicilio do Cartão SUS e tem como objetivo propor alternativas para o aproveitamento de grandes volumes de dados já existentes.

O georreferenciamento dos endereços de usuários do SUS é importante na análise e avaliação das ações coletiva, particularmente as relacionadas com as epidemias e com o perfil sócio-econômico da população. Os Sistemas de Informações Geográficas (SIG), conjunto de ferramentas utilizadas para a manipulação de informações espacialmente apresentadas, permitem o mapeamento das unidades de saúde e contribuem na estruturação da saúde na rede municipal.

Para estas análises é necessária a localização geográfica dos elementos, associando informações gráficas (mapas) a bases de dados da Secretaria Municipal de Betim, alfanuméricas. O georreferenciamento de um endereço, definido como o processo de associação deste a um mapa terrestre, pode ser efetuado de três formas básicas: associação a um ponto, a uma linha ou a uma área. O elemento geométrico resultante, associado a uma base de dados, é a unidade utilizada nos SIG.

Diversos trabalhos utilizam como fonte de dados os registros dos vários Sistemas de Informação em poder da Secretaria de Saúde, que contam com séries históricas, em alguns casos. Nestas análises utiliza-se, na maioria dos casos, o município ou o bairro informado, para análise da distribuição espacial dos elementos a serem estudados. Nos municípios mais densamente povoados, como e o caso de Betim, esta escala geográfica já é insuficiente, sendo necessária à localização em áreas menores, principalmente nas áreas urbanas.

O objetivo do projeto realizado em Betim é avaliar a qualidade dos endereços armazenados nos Sistemas de Informações de Domicilio da Secretaria de Saúde do Município de Betim e, com base na análise de uma amostra destes, propor alternativas para sua utilização, em grandes volumes, em SIGs, de forma a contribuir para viabilização, no município, de análise espacial em  melhoria do atendimento no município.

Objetivos

Com a realização do projeto, apresentou os resultados da pesquisa com a amostra dos dados do cartão SUS. Na legenda do mapa (Figura 1) é apresentado o número de endereços de usuários SUS que foi georreferenciado. Foi elaborado um modelo computacional para automatizar o georreferenciamento de usuários do cadastro do cartão SUS.

Mapa com 173.503 usuários SUS georreferenciados
-> Figura 1: Mapa com 173.503 usuários SUS georreferenciados

Um dos objetivos alcançados pelo projeto foi de fazer um plano de controle e ação com o intuito de diminuir e/ou acabar com possíveis áreas de difícil acesso a saúde. Também foi feito um mapa temático (Figura 2) com a finalidade de saber a presença de unidades de saúde em cada região.

Mapa temático mostrando a presença de unidades de saúde por bairro
->Figura 2: Mapa temático mostrando a presença de unidades de saúde por bairro

Metodologia

Este trabalho foi desenvolvido em quatro fases. A primeira fase consistiu na compatibilização das tabelas do cadastro SUS com as tabelas bases de consultas (cadastro de segmentos de logradouros e endereços) contidas na Divisão de Planejamento e Geoprocessamento da Prefeitura de Betim, separando tipo, título e nome do logradouro e número da unidade de residência em sub-campos. Neste procedimento foram utilizadas tabelas de tipos de logradouros (rua, avenida, travessa etc.), além das abreviações conhecidas destes, geradas pelo Cadastro Básico de Betim.

Na segunda fase foi feito a busca automática dos endereços, que se deu em vários níveis, a partir da combinação entre os sub-campos (tipo, título, nome e número) da informação de endereço. O resultado desta busca leva à localização de apenas um ponto geográfico, mais de um ponto ou nenhum ponto. Nos dois últimos casos, passa-se às próximas fases de busca manual.

A terceira fase foi feita uma pesquisa manual dos endereços que apontaram para mais de um Ponto geográfico. Foi uma operação relativamente rápida, facilitada pela relação de pontos geográficos selecionados pela fase anterior e utilizando outras informações contidas na tabela, como os pontos de referência e complementos. A quarta e última foi feito uma pesquisa manual dos endereços em que não há pontos geográficos indicados automaticamente.

Clóvis Lemos Tavares