Brasil, Venezuela e países andinos abrem uma disputa pelos céus da América do Sul. O ministro das Comunicações, Hélio Costa, se reunirá em Genebra com delegações de Colômbia, Bolívia e Peru para negociar uma solução para um impasse na concessão de um espaço orbital considerado estratégico na América do Sul.

A autorização para o uso das diferentes órbitas é dada pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), que realiza nesta semana em Genebra sua conferência sobre radiocomunicações.

A órbita 68, como é conhecida, foi dada aos países andinos há sete anos. Mas o grupo tinha até o fim de setembro para lançar um satélite. Os países andinos, porém, querem que o prazo seja prorrogado para permitir que possam ter seu satélite.

Controle do tráfego aéreo

A Aeronáutica confirmou o problema de falta de capacidade espacial do Brasil. Segundo o tenente-coronel Luiz Ricardo Nascimento, do Departamento de Controle do Espaço Aéreo do Comando da Aeronáutica, atualmente todos os satélites estão ocupados.

No entanto, a discussão da ocupação da órbita 68 com outros países da América do Sul está limitada às aplicações de telecomunicações. O recurso é necessário ao sistema de comunicações de toda a Região Norte, inclusive Amazônia.

SGB

Contudo, mais ampla e de fato estratégica é a definição do Programa do Satélite Geoestacionário Brasileiro, o SGB.

O SGB serviria às necessidades de tráfego aéreo, telefonia, meteorologia, comunicações de segurança nacional e de defesa. Os dois primeiros satélites terão bandas de freqüência C, L e X, para sinais de telefone fixo, imagem e redes de aparelhos celulares. O terceiro vai operar em níveis altos, entre 12 GHz e 14 GHz, podendo competir com os serviços orbitais privados, como os fornecedores de mapas meteorológicos digitais.

As especificações do SGB foram definidas pela Atech Tecnologias Críticas, e por três agências oficiais: Centro Tecnológico da Aeronáutica (CTA), Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) e Fundação Casimiro Montenegro.