O sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), baseado em satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), detectou 123 quilômetros de quadrados de desmatamento na Amazônia Legal por corte raso ou degradação progressiva no último mês de maio.
No período, 62% da região permaneceu coberta pelas nuvens, que prejudicam a observação através das imagens de satélite.
Do total detectado pelo Deter, 61 quilômetros quadrados estão no Mato Grosso, que em maio foi o estado que apresentou melhor oportunidade de observação. Estados como o Amapá, Pará, Amazonas e Acre não puderam ser monitorados adequadamente, pois tiveram um alto índice de cobertura de nuvens no período.
Em função da cobertura de nuvens variável de um mês para outro e, também, da resolução dos satélites, os dados do Deter não representam uma avaliação fiel do desmatamento mensal da Amazônia. A informação sobre áreas serve para indicar prioridades aos órgãos responsáveis pela fiscalização.
O Inpe enfatiza que o Deter é um sistema de alerta e mostra apenas tendências do desmatamento. Para computar a taxa anual do desmatamento por corte raso na Amazônia o Inpe utiliza o sistema Prodes. Também é importante notar que o Deter mapeia tanto áreas de corte raso, quando os satélites detectam a completa retirada da floresta nativa, quanto áreas em processo de desmatamento por degradação florestal.
Avaliação
A qualificação amostral dos dados do Deter mostra que 96,4% dos alertas de maio foram confirmados como desmatamento. Deste total, 69,3% foram classificados como corte raso e 27,1%, como floresta degradada. Assim, apenas 3,6% dos alertas avaliados não apresentaram indícios de desmatamento.
Feita com imagens de melhor resolução espacial, a avaliação dos dados permite apontar os diferentes níveis de degradação da floresta. No último mês, 18,5% dos polígonos de alerta foram classificadas como floresta degradada de alta intensidade e 8,6%, de intensidade moderada e leve.
O relatório de avaliação também indica que, em maio, 82% dos alertas tinham área maior que um quilômetro quadrado (100 hectares). As maiores áreas detectadas corresponderam aos desmatamentos por corte raso (500 a 1000 hectares).
+Informações
www.obt.inpe.br/deter