Nos últimos cinco anos, centros de pesquisa nos Estados Unidos e Europa têm produzido cenários mais detalhados de mudanças climáticas, com uso de modelos regionais de melhor resolução espacial.

No Brasil, projeções para a América do Sul, com ênfase nas regiões brasileiras, vêm sendo divulgadas desde 2007, com simulações baseadas em modelos regionais gerados pelo Inpe (por meio do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos – CPTEC e do Centro de Ciência do Sistema Terrestre – CST) e USP (IAG). O projeto foi financiado pelo governo britânico e pelo Programa Probio, do Ministério do Meio Ambiente (MMA).

Uma nova rodada de cenários para a América do Sul está sendo produzida pelo Inpe, a partir do Modelo Eta, utilizado atualmente para previsões de tempo e clima para o país. Os resultados desse processamento, que começou em março, serão apresentados a especialistas de 19 países ibero-americanos que participam de um treinamento em modelagem de mudanças climáticas a partir do próximo domingo (30/08). O evento, que acontece em Cachoeira Paulista (SP), irá se estender até o dia 4 de setembro e é promovido pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), com o apoio da Red Iberoamericana de Oficinas de Cambio Climático, da Espanha e da Comissão Econômica para América Latina (Cepal).

Os cenários de clima futuro para a América do Sul são provenientes de dois modelos globais que integram o quarto relatório do IPCC, divulgado em 2007: o HADCM3 (inglês) e do ECHAM4 (alemão). Estes cenários estão sendo regionalizados na resolução espacial de 40 quilômetros e detalham a distribuição das mudanças climáticas para os períodos de 2010 a 2100.

O Brasil é o primeiro país da América do Sul a detalhar as projeções de mudanças climáticas para esta grande região. Centros de pesquisa na Argentina e Chile têm gerado cenários, mas somente para algumas regiões do continente e para períodos menores que 30 anos.

Fonte: Inpe