O acesso fácil e gratuito a dados que contribuam para o melhor entendimento das mudanças ambientais globais foi discutido durante a reunião anual do Grupo de Observação da Terra (GEO), em Washington, nos dias 17 e 18 de novembro. O GEO é uma organização intergovernamental que congrega cerca de 80 países, a Comissão Europeia e ainda 56 organizações internacionais.

Integrante do GEO, o Brasil, por meio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foi o primeiro no mundo a adotar uma política de livre distribuição de imagens de satélites, em 2004, numa iniciativa apoiada e seguida pela China, sua parceira no projeto Cbers.

Em 2008 os Estados Unidos seguiram o exemplo e liberaram o acesso ao acervo Landsat. Mais recentemente o programa de satélites Sentinelas (GMES), da Comissão Européia, também anunciou a adoção de uma política de dados aberta.

O pioneirismo do Inpe na adoção de uma política aberta, com dados de satélites gratuitos e distribuídos pela internet, tem contribuído para o reconhecimento do Brasil como líder no setor, sendo um dos exemplos a presidência do Comitê de Satélites de Observação da Terra (CEOS), que o país assumirá em 2010.

Sistema global

A complexidade das mudanças ambientais globais exige a combinação de diferentes modelos baseados em dados múltiplos de observação sobre oceanos, florestas, biodiversidade e desenvolvimento urbano, entre outros aspectos.

Uma das iniciativas do GEO é a construção do Sistema de Sistemas de Observação Global da Terra (Geoss, na sigla em inglês). A ideia é compartilhar informações dos diversos sistemas de monitoramento de tendências globais, para acompanhamento de níveis de carbono, mudanças climáticas, perda de biodiversidade, desmatamento, recursos hídricos, temperaturas do oceano e outros indicadores críticos para a saúde do planeta e bem-estar da humanidade.

Além de estabelecer um sistema global para fornecimento de observações detalhadas da Terra, o GEO também atua no sentido de transformar estes dados em informação vital para a sociedade. O Geoss tem como prioridade assegurar o desenvolvimento econômico sustentável, a partir do fornecimento de informações destinadas às áreas de agricultura, biodiversidade, clima, catástrofes, ecossistemas, energia, saúde, água e clima.

Fonte: Inpe