A comunidade brasileira de geocientistas terá uma rara oportunidade de participar, dentro do próprio país, de sessões técnicas e científicas lideradas por eminentes pesquisadores internacionais. Mais de dois mil participantes, entre pesquisadores, professores e estudantes, são aguardados em Foz do Iguaçu (PR), de 8 a 13 de agosto, para O Encontro das Américas – AGU 2010, que será realizada pela União Americana de Geofísica (AGU, na sigla em inglês) em parceria com diversas sociedades e instituições cientificas do Brasil, América Latina e Estados Unidos.

Organizada para ser uma das maiores reuniões internacionais de geocientistas, o Encontro das Américas terá como objetivo tratar de todo o Sistema Terra de maneira multidisciplinar e integrada. O tema escolhido pelo comitê local para concentrar o foco do evento foi “Mudanças Climáticas e Riscos Naturais”, um assunto que desperta cada vez mais o interesse da mídia mundial mesmo após o fracasso da Cúpula do Clima, em Copenhagen, no ano passado. Uma das palestras já programadas será proferida pelo pesquisador Carlos Nobre, diretor do Inpe e representante brasileiro no Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas.

Mas não faltarão outros temas como oceanografia, física espacial, riscos naturais, sismologia e geofísica. Cientistas de renome apresentarão seus estudos detalhados, não apenas para platéias extremamente especializadas, mas também para estudantes de vários níveis de escolaridade.

Nos seis dias do evento, está prevista a realização de 243 sessões científicas nas diversas áreas temáticas (ou disciplinas) que fazem parte das Ciências da Terra. As sessões serão coordenadas por mais de 660 cientistas que virão de várias partes do mundo. Os lideres das sessões estão distribuídos por locais de suas instituições de origem em: Estados Unidos e Canadá (270); Brasil (180); América Latina, excluindo o Brasil (100); Europa (90); Ásia (18) e Austrália (6).

Além de pesquisadores de universidades e institutos de pesquisa do Brasil, deverão liderar sessões do evento representantes de instituições como Columbia University (Lamont-Doherty Earth Observatory), University of California, Caltech, USGS (Serviço Geológico dos Estados Unidos), Institut de Physique du Globe de Paris, Berkeley, Yale, Michigan, Massachussets, Cornell, Texas, Toulouse, Trieste, México, Chile, Kyoto, Adelaide, Australian Commonwealth Scientific and Research Organization (CSIRO), Massachusetts Institute of Technology (MIT) e National Aeronautics and Space Administration (Nasa), entre muitas outras

Atividades paralelas

Além das sessões técnicas estão previstos, quatro cursos pré-congresso e um curso pós-congresso. Também estão previstas duas visitas técnicas à Usina de Itaipu, uma para observar questões geológicas e geotécnicas e outra com ênfase em questões hidrológicas do Rio Paraná. Outro destaque será dado a uma excursão pós-Congresso, onde se poderá visitar duas Crateras de Impacto no Basalto do Paraná.