A tomada de decisões no mundo empresarial vem sendo influenciada pelas possibilidades proporcionadas pela análise geográfica do mercado. Esse alcance ocorre em decorrência do importante espaço que as geotecnologias conquistaram no mundo corporativo nos últimos anos. Podemos afirmar que a implantação de negócios nunca foi tão dependente do geomarketing como agora.
O geomarketing pode ser entendido como um estudo das relações entre as estratégias de marketing e o território. Mas, independentemente da definição, o importante para o geomarketing é a resolução de duas questões básicas: “quem são seus clientes?” e “onde eles estão?”. A partir dessas respostas, as informações tornam-se relevantes a uma análise. Começa-se a definir os clientes reais, clientes em potencial, concorrentes, identificar o perfil socioeconômico e as potencialidades da população da região analisada e daí partir para questões que tornarão a análise cada vez mais próxima da realidade.
O modo como é tratado o fator localização é fundamental para a tomada de decisões táticas, logísticas, operacionais e estratégicas. Por isso, todo estudo de mercado deve ser apoiado em dados e informações confiáveis, como as do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que, por meio de várias pesquisas (Censo, PNAD, PME, POF, entre outras) fornece informações demográficas, sociais, econômicas e outras. O acesso às informações, antes privilégio de um número restrito de pesquisadores, tem se tornado cada vez mais amplo e, hoje, um bom número de profissionais dispõe de estatísticas confiáveis para realizarem seus trabalhos com qualidade.
Censo 2010
Este ano será realizado o Censo 2010, com o intuito de retratar as principais características socioeconômicas da população brasileira. Os recenseadores estarão nas ruas a partir de agosto, para realizarem entrevistas que estabelecerão o “retrato do país” e ajudarão no planejamento público e privado da próxima década. Esse será o primeiro Censo a contar com computadores de mão equipados com GPS e abrangerá todo o território nacional. Com a ajuda da tecnologia, os mais de 58 milhões de domicílios terão captação e ordenação rápida das informações.
O Censo é de divulgação e uso público. A lista de fontes de dados úteis para o geomarketing é grande e extensa, mas a oferta de informações só é de fato uma vantagem se houver profissionais que saibam lidar com todo esse material. Há, hoje, uma grande enxurrada de dados geodemográficos úteis aos setores de inteligência do mundo corporativo, e cabe aos profissionais habilitados organizarem todo esse conhecimento para realizarem melhores análises, que influirão em seus negócios.
Rafael Siqueira
Formado em engenharia mecatrônica pela Poli/USP, CTO do Apontador MapLink (www.apontador.com.br / www.maplink.com.br)
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