Uma parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) permitiu o monitoramento por satélite da “moratória da soja”, que estabeleceu o compromisso das indústrias e exportadores da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) de não adquirirem soja oriunda de áreas desflorestadas na Amazônia a partir de julho de 2006.
O relatório, apresentado na quinta-feira (8/7), indica a presença de soja em 6.295 hectares que foram desmatados após julho de 2006. Esta área corresponde a 0,25% do desmatamento ocorrido no bioma Amazônia, no triênio 2007-2008-2009, nos estados do Mato Grosso, Pará e Rondônia. Esta área também corresponde a apenas 0,027% da base de soja plantada no Brasil, que atualmente é de 23,2 milhões de ha.
Ao renovar a moratória pela terceira vez, em julho de 2009, o Grupo de Trabalho da Soja (GTS) formado por Abiove, Anec, Conservação Internacional, Greenpeace, Ipam, TNC e WWF-Brasil, formalizou parceria com o Inpe para o desenvolvimento de uma ferramenta capaz de detectar a presença de culturas agrícolas em áreas desflorestadas a partir da classificação de imagens de satélite.
“Esta ferramenta permitiu ampliar significativamente a área monitorada. A cada nova safra, um número maior de polígonos precisa ser monitorado. A avaliação da expansão da sojicultura brasileira exige uma metodologia de monitoramento por satélites”, diz o pesquisador Bernardo Rudorff, do Inpe.
No mapeamento também foram utilizadas bases de dados da Funai, Ibama, IBGE e Imazon. O levantamento do uso e ocupação da terra, nas áreas selecionadas pelo Inpe, foi realizado pela Globalsat Monitoramento Agrícola, contratada pelo GTS.
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