Por Viviane Prestes
Geocloud, location intelligence, geomarketing
Encontro de Usuários MapInfo traz tendências e perspectivas
O cenário brasileiro, tanto econômico quanto político, mudou de forma significativa de 2009 para 2010. A “marola” da crise econômica passou, atingindo poucos setores do país, mas sem fortes pressões, e pode-se enxergar um grande avanço, principalmente na área de geotecnologias.
A Geograph, empresa do setor de softwares para geoprocessamento, consultoria e prestação de serviços, e a Pitney Bowes Business Insight (PBBI), divisão de software da Pitney Bowes Inc., reuniram profissionais brasileiros que usam o MapInfo, um software que combina mapeamento para análise geográfica, usado principalmente para gerenciamento de atividades e tomada de decisão em empresas.
No III Encontro de Usuários MapInfo, que aconteceu no dia 18 de novembro, em São Paulo, a PBBI apresentou a nova versão MapInfo 10.5, além de palestras sobre o futuro do geoprocessamento e uso do software como produto de manutenção corporativa.
Palestra e cases
Segundo a organização do evento, o MapInfo Professional teve um crescimento de 70% nos últimos oito anos, número percebido pela quantidade de licenças vendidas no Brasil, pela Geograph, que já somam 6 mil em todo o país.
Empresas de vários setores mostraram os exemplos práticos na gestão de seus empreendimentos, usando o software. A Vital Engenharia Ambiental colocou todas as suas ações dentro de um mapeamento, através do MapInfo, e integrou com um sistema de rastreamento. “Com a utilização mais intensa do MapInfo, nós pudemos chegar a um nível de processamento e de atualização beirando o fluxo do próprio resíduo”, diz Raphael Orlando de Almeida, da Rassystem.
Outro exemplo foi o adotado pela rede de lojas Riachuelo, que incorporou o software para cadastrar os endereços de lojas concorrentes, além de ações para o cartão de fidelidade. Além disso, o programa foi aplicado em delimitações de áreas de influência, regiões de maior potencial para prospecção de clientes, perfil sociodemográfico, entre outras variáveis mercadológicas.
O evento contou com a presença dos executivos da PBBI, com destaque para Moshe Binyamin, gerente global de produtos, que afirma a importância do evento para a empresa entender mais sobre os consumidores e também compartilhar as novidades globais do setor. Binyamin destacou que é importante saber mais sobre o mercado brasileiro e problemas que os usuários estão enfrentando e que precisam ser resolvidos.
Ricardo Sahagun salienta que a PBBI está fazendo um grande investimento em todo o mercado latino-americano, sendo que 60% está focado no Brasil. “O Brasil é um dos países mais avançados na região, e teremos muito sucesso por aqui, pois a economia nacional está favorecendo isso”, completa.
Carlos Eduardo, sócio diretor da Geograph, conta que o objetivo foi alcançado com o evento. “Conseguimos atingir, nesta terceira edição do encontro, praticamente 70 a 75% de novos participantes. Ou seja, nós já temos 6 mil usuários no Brasil, fizemos um evento e temos 75% de novos participantes pela primeira vez, pois os clientes mais antigos já têm um contato com a gente, pessoal ou pela internet. Isso deixa bem claro que há um interesse grande por parte do novo usuário. Ou seja, o mercado está aí e temos muita gente nova para essa área”. Ele completa que, com as novas tecnologias disponibilizadas pela internet, as pessoas em geral estão se acostumando com o geoprocessamento.
GeoCloud
Um termo tem ganhado espaço na informática e também está servindo de alicerce para investimentos da PBBI: a computação em nuvem (cloud computing, em inglês). A denominação se refere à capacidade dos usuários em acessar arquivos em um servidor na internet, a tal ”nuvem”.
E não demorou muito para que isso chegasse às geotecnologias. Os serviços de mapeamento, localização, softwares, GIS, entre outros, que envolvem o geoprocessamento, já estão inseridos no contexto da cloud computing. Com o GeoCloud o usuário poderá acessar os arquivos em qualquer computador, fazendo login apenas quando entrar em um sistema.
Segundo Ricardo Sahagun, a penetração e disponibilidade, bem como os altos níveis de qualidade de serviços de internet, permitem abandonar o modelo tradicional informático de “compra de caixinhas” de software, computadores e servidores por grandes corporações, pequenas e médias empresas, ou ainda qualquer consumidor. “Em um novo modelo, um grande fornecedor cria uma infraestrutura de serviços de computação e aplicativos, que pode ser aumentada ou diminuída segundo a demanda, que é invisível para os usuários e que tem um ponto comum e simples de acesso: a internet”, afirma.
InfoGEO: Como a computação em nuvem está trazendo benefícios à Location Intelligence?
Moshe: O mercado da Location Intelligence é um dos principais beneficiados do GeoCloud, porque você vê que a LI tem um terreno denso de informações, e você precisa de muitos dados para analisar e trabalhar. O problema com os sistemas existentes era que todas as organizações tinham que manter os seus próprios dados, assim como cobrir as informações da indústria, com as bases de ruas, limites de áreas, demografia atualizada. Em uma certa medida, isso ainda acontece hoje, mas nós estamos progredindo e achando grandes fornecedores, como Microsoft e Google, que são capazes de colocar recursos e catalogar o mundo – como eles definem -, tornando acessíveis a todas as pessoas os elementos de área.
InfoGEO: E como isso chega para o usuário final?
Moshe: As pessoas podem clicar em um botão e localizar Frankfurt, São Paulo ou Sidney, e então viajar pelo globo. E isso não era possível para nós sem a computação em nuvem. Provavelmente, só para grandes governos era viável. Isso também abriu novas oportunidades para outros recursos de dados estarem regularmente disponíveis, por exemplo, para uma empresa como a nossa construir uma base de dados e muitos de nossos consumidores tirarem benefícios disso. Você cria a aplicação uma vez, na “nuvem”, e já está habilitado a fornecer essa mesma aplicação para múltiplas organizações, sem hospedar várias vezes.
InfoGEO: A PBBI destacou a importância de compartilhar mapas. Como é esse processo?
Moshe: Há seis meses, o presidente de um estabelecimento bancário disse aos seus fornecedores, em uma reportagem, que como as ações da empresa na área de TI estavam sendo implantadas não importava aos seus clientes. A mensagem foi bem clara para nós, bem como para uma grande variedade de fornecedores. Significa que nossos clientes querem compartilhar mapas e não querem ser “experts” em construir aplicativos na web ou lidar com conexões de bases de dados. Para nós é o contrário, pois queremos ser “experts” em aplicações na web e nossos clientes precisam disso para promover seus mapas e depois anunciar na nuvem. Nós vamos cuidar de como isso será feito, dentro desse conceito. Eles querem somente compartihar os mapas com seus consumidores.
MundoGEO: E como isso funciona dentro do geomarketing?
Moshe: O geomarketing tem dois aspectos: o primeiro é, obviamente, combinar dados de consumidores específicos, como hábitos de uma organização específica, com informação demográfica. O problema com esta, como em qualquer outro tipo de informação, é que muda continuamente. Diferentes áreas experienciam crescimento, outras sentem turbulências na economia, então o que precisamos é fazer uma atualização constante para nossos projetos serem mais acurados. Com a disponibilidade da computação em nuvem, você pode ter uma única entidade, PBBI, para manter as informações demográficas corretas para todos os nossos usuários, temos uma equipe para manter a atualização em dia e nossos clientes não precisam se preocupar em usar a últimas atualizações.