O satélite geoestacionário nacional é a grande promessa do governo federal para a área de telecomunicações. Com um valor de 716 milhões de reais em recursos, o equipamento irá trazer benefícios principalmente às Forças Armadas, que hoje contrata serviços de empresas privadas. Além disso, o satélite auxiliará no controle do tráfego aéreo.

O anúncio foi feito pelo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, no final de setembro. Na reunião de apresentação da proposta, estiveram presentes o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antônio Raupp, o presidente da Telebrás, Caio Bonilha, o secretário de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa, Murilo Barboza, o ministro da Ciência Tecnologia e Inovação, Aloízio Mercadante, e o diretor do departamento de banda larga do Ministério das Comunicações, Arthur Coimbra.

O portal de notícias Estadão informa que no final de setembro, a presidenta Dilma Rousseff aprovou o cronograma para o lançamento do satélite em 2014. Mas, apesar de estar definido o lançamento do satélite, ainda não se sabe se será construído no exterior ou dentro do Brasil.

Enquanto isso, no Programa Espacial Brasileiro …

Apesar do Programa Espacial Brasileiro já contar com mais de 25 anos de existência, o país ainda não é referência no setor espacial. E quando se fala neste assunto, o insucesso do satélite VLS-1 V03, que explodiu no Centro de Lançamento de Alcântara (MA), em 2003, é logo lembrado.

Especialistas como Mário Quintino, responsável pelo setor de engenharia do Inpe, e César Celeste Ghizoni, engenheiro eletroeletrônico que participou desde o início do projeto de desenvolvimento do Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (Cbers), na década de 80, afirmam que a demanda da sociedade é o chamariz para o desenvolvimento de novas missões e para a construção de satélites. E demanda é o que não falta no Brasil. Para começar, há quatro setores, apontados por Ghizoni, a serem atendidos: alerta de desastres naturais, estratégia nacional de defesa, monitoramento ambiental e segurança alimentar e hidráulica. Mário Quintino acrescenta, ainda, a área de meteorologia.

“Ao levar em conta o tamanho do Brasil, a saída para essas demandas tem que ser via satélite. Nas áreas de agricultura e telecomunicações, por exemplo, o acompanhamento e monitoramento tem que vir lá de cima”, completa Ghizoni.

Leia mais sobre as implicações do programa espacial brasileiro em reportagem exclusiva do Portal MundoGEO.