Na próxima terça-feira (13/3), dados sobre o uso das áreas desmatadas no Mato Grosso serão apresentados em Cuiabá pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que em parceria realizam o projeto TerraClass.

A apresentação abre o Seminário “Terra Sustentável – Ideias para recuperar e preservar terras degradadas”, realizado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) a partir das 8h30 no auditório da Famato (Rua B, esq. rua 2, Centro Político Administrativo – Cuiabá-MT).

TerraClassOs dados do TerraClass são resultado da análise das informações sobre o desflorestamento ocorrido até 2008 que constam no inventário do Prodes, sistema do Inpe que mapeia anualmente o desmate na Amazônia Legal com base em imagens de satélites. Para mostrar o que foi feito com os 720 mil quilômetros quadrados de florestas já derrubados, o TerraClass classificou o uso das áreas desmatadas do bioma.

Foram gerados mapas para cada um dos nove estados da região, considerando as seguintes classes temáticas: Agricultura, Pasto Limpo, Pasto Sujo, Pasto com Solo Exposto, Regeneração com Pasto, Vegetação Secundária, Mosaico de Ocupações, Mineração e Área Urbana.

Depois de lançado em Brasília em setembro do ano passado, o TerraClass foi apresentado no estado do Pará e agora acontece o mesmo em relação a Mato Grosso. Todos os dados do mapeamento, assim como o sumário executivo do projeto, estão disponíveis no site do Inpe. A página pode ser encontrada no item “Amazônia” da relação de “Produtos e Serviços” do website.

Terraclass

O projeto denominado Terraclass foi desenvolvido e executado por técnicos e pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com apoio do Programa Piloto para Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG-7), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), com gestão financeira do Banco Mundial e suporte (técnico, financeiro e operacional) da Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologia Espaciais (Funcate).

O estudo dividiu a área desmatada na Amazônia Legal em dez classes de uso, que incluem pecuária, agricultura, mineração, áreas de vegetação secundária, ocupações urbanas e outros. Até 2008 essa área correspondia a 719 quilômetros quadrados, que segundo o levantamento, foi usada em sua maior parte, 447 quilômetros quadrados, para pastagem. Já as áreas de agricultura anual, totalizaram 35 mil quilômetros quadrados e as áreas de vegetação secundaria,151 mil quilômetros quadrados.

Em linhas gerais, a pecuária ocupava naquele momento, 62,1% de tudo o que foi desmatado no bioma Floresta, com pastos limpos – onde houve investimento para limpar e utilizar a área –, mas também com pastagens degradadas ou abandonadas, o que confirma não só a baixa produtividade da pecuária na região, mas também que o desmatamento não gerou necessariamente desenvolvimento econômico. Já a produção agrícola ocupa cerca de 5% da área total desmatada na Amazônia. Apenas em Mato Grosso a agricultura representa um percentual significativo do uso das áreas que eram ocupadas originalmente por florestas.

Com informações do Inpe