A Opto Eletrônica enviou na final de março à China, uma moderna e complexa câmera imageadora que irá equipar o satélite sino-brasileiro Cbers 3. Trata-se da primeira câmera no gênero inteiramente desenvolvida e produzida no País.
O equipamento, feito na matriz da Opto em São Carlos, coloca o Brasil entre os 10 países do mundo a dominar a tecnologia de imageamento aeroespacial. De nome MUX (de multiespectral), a câmera começou a ser desenvolvida em 2004, e irá promover o monitoramento ambiental e gerenciamento de recursos naturais. O satélite Cbers 3 tem lançamento programado para novembro deste ano e será levado à órbita por meio do foguete chinês “Long March”.
A MUX pesa mais de 120 kg e é capaz de fazer imagens com 20 metros de resolução do solo, a mais de 750 km de altitude. Desconsiderando a curvatura da Terra e as nuvens (para exemplificar), seria como se, de São Carlos/SP, fosse possível enxergar um ônibus em Brasília (DF). A faixa de largura imageada, extensão do território visto em uma linha na imagem, é de 120 km de largura.
Independência tecnológica
A fabricação da MUX pela Opto atende à diretriz do Programa Espacial Brasileiro de fomentar a capacitação e o desenvolvimento de tecnologia de ponta pela indústria nacional. O trabalho da companhia também contribui para a independência tecnológica em áreas altamente sensíveis do ponto de vista estratégico.
Construída para auxiliar de forma decisiva no monitoramento ambiental e gerenciamento de recursos naturais (trabalhando em quatro bandas espectrais de luz), as imagens produzidas pela câmera têm capacidade de mostrar, com precisão, queimadas, desmatamentos, alteração de cursos d’água, ocupação urbana desordenada, entre outras funções. As imagens poderão ser utilizadas em todo o mundo, gratuitamente, por meio do site do Inpe.
Fonte: AEB