Mapas baseados em imagens do satélite Cbers-2B estão aprimorando a gestão urbana e o monitoramento ambiental em cidades nordestinas. A educação é outra área que está sendo muito beneficiada pelo projeto “Construindo nosso Mapa Municipal visto do Espaço”, realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) através do seu Centro Regional do Nordeste (CRN), que fica em Natal.
Cada município atendido pelo projeto recebe duas Cartas Imagens, uma mostrando a área urbana e a outra a área rural, e mais três mapas temáticos, que trazem as informações sobre o uso e ocupação do solo, a rede hidrográfica e a malha rodoviária. Em resposta à solicitação de algumas prefeituras, já estão sendo feitos também mapas de ruas das cidades.
“Nosso objetivo é beneficiar aquelas cidades onde os recursos são escassos, atendendo a necessidades de planejamento municipal e ajudando principalmente na educação, por meio dos mapas, de cursos e treinamentos nas escolas”, explica Miguel Cuellar, que coordena o projeto no Inpe.
Os próprios alunos da 9ª série do ensino fundamental das escolas beneficiadas executam os levantamentos necessários para lançar nos mapas os nomes dos logradouros públicos e a localização das principais instituições da cidade. Já as prefeituras fornecem os nomes de barragens, açudes, lagoas, rios, serras, povoados, distritos, assentamentos rurais e sítios arqueológicos.
“A forma de abordar o projeto criou um comprometimento dos alunos com a atividade, gerando nesses locais a motivação necessária para a área de ciência e tecnologia”, comenta o pesquisador do Inpe.
Depois de concluídos, os mapas são entregues às escolas e também disponibilizados à sociedade pela internet. As escolas ganham ainda palestras sobre Sensoriamento Remoto, Cartografia, Meio Ambiente, Astronomia, Atividade Espacial no Brasil, além de oficinas e observações astronômicas com o uso de telescópios obtidos para o projeto. Já foram atendidas 26 cidades da região Nordeste, a maioria no Rio Grande do Norte. O objetivo é alcançar 100 municípios até 2013.
Parceria
O projeto começou em 2006 reunindo pesquisadores do CRN e da Divisão de Sensoriamento Remoto, da Coordenação de Observação da Terra do INPE. O trabalho na região do Seridó conta com o apoio da Universidade Federal Rural do Rio Grande do Norte (UFERSA) e, no ano passado, foi acertada uma parceria com a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) para estender o projeto ao estado.
Os mapas são produzidos a partir do georreferenciamento e ortorretificação das imagens gravadas pelas câmeras HRC e CCD do satélite sino-brasileiro CBERS-2B. Pontos de controle implantados pelo INPE no Nordeste, por meio da tecnologia GNSS, garantem uma precisão de até 0,30m nos pontos de localização obtidos para corrigir as imagens do satélite. Dados do sistema ASTER-GDEM também têm sido utilizados para elaborar documentos cartográficos planialtimétricos com curvas de nível.
Fonte: INPE