Testes de compatibilidade entre o satélite sino-brasileiro Cbers-3 e a estação de recepção de imagens de Miyun, na China, foram concluídos com sucesso pelas equipes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do Centro Chinês para Dados e Aplicações de Satélites de Recursos Terrestres (Cresda) e da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST).
Realizados nos dias 27 e 28 de maio no Centro de Observação da Terra e Terra Digital, os testes de compatibilidade eletromagnética tinham como finalidade garantir o perfeito entendimento entre o satélite, que será lançado em novembro, e a estação de recepção e gravação chinesa, incluído o software do sistema de ingestão, gravação e processamento desenvolvido pela indústria brasileira AMS Kepler Engenharia de Sistemas Ltda.
Nesses testes são utilizados os subsistemas transmissores de dados brasileiro (MWT) e chinês (PIT). Imagens previamente gravadas das câmeras brasileiras MUX WFI e das câmeras chinesas PANMUX e IRS são injetadas nos subsistemas MWT e PIT e transmitidas simultaneamente via cabo para a estação. Após a recepção e a demodulação, é realizada a descompressão, decodificação e visualização em tempo real das imagens. Os dados recebidos devem ser idênticos aos enviados.
Os testes são importantes para garantir a recepção de imagens e, também, para verificar a correta decodificação e recuperação dos dados auxiliares transmitidos junto com a imagem, como os dados de telemetria das câmeras e os dados de órbita e atitude.
Pelo Inpe, participaram dos testes os engenheiros Carlos Gonçalves e Rodolfo Araújo, da Divisão de Eletrônica Aeroespacial (DEA/ETE), José Bacellar, da Divisão de Processamento de Imagens (DPI/OBT) e Leandro Silva, do Laboratório de Integração e Testes (LIT).
Os ensaios de compatibilidade entre o satélite e as estações terrenas brasileira e chinesa estão previstos no Plano de Desenvolvimento e Testes do Programa Cbers. A validação da estação de Cuiabá para a recepção do Cbers 3 foi realizada com sucesso em março de 2011.
O satélite é o quarto desenvolvido pelo Programa Cbers (sigla para China-Brazil Earth Resources Satellite; em português, Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), no âmbito da parceria iniciada com a China há mais de 20 anos e que garantiu a ambos os países o domínio da tecnologia do sensoriamento remoto para observação da Terra.
Mais informações estão disponíveis no site do Programa Cbers.
Fonte: INPE