Secretária-Executiva do CP-Idea
Valéria Oliveira Henrique de Araújo se formou em engenharia cartográfica pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Recentemente, concluiu o MBA em Gestão da Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas. Valéria também atua como Gerente da Secretaria Executiva da Comissão Nacional de Cartografia (Concar), cuja responsabilidade é da Diretoria de Geociências do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi coordenadora do Grupo de Divulgação do Projeto de Mudança do Referencial Geodésico (PMRG). Além disso, faz parte dos Grupos de Trabalhos Gestão, Capacitação e Difusão e Divulgação do Comitê da Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (Cinde), da Concar. Por fim, coordenou os Grupos de Trabalho de Divulgação do Projeto de Infraestrutura Geoespacial Nacional (PIGN) e do Plano de Ação para Implementação da Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (Inde). Valéria Araújo foi uma das palestrantes no Fórum Internacional de Geotendências, que aconteceu durante o MundoGEO#Connect LatinAmerica 2012, maior evento do setor geoespacial na América Latina, que aconteceu de 29 a 31 de maio em São Paulo (SP). A equipe MundoGEO conversou com a Secretária-Executiva, que explicou o funcionamento do Comitê Permanente da Infraestrutura de Dados Espaciais para as Américas (CP-Idea).
MundoGEO: Como o CP-Idea tem atuado frente aos desafios para o desenvolvimento das Infraestruturas de Dados Espaciais (IDEs) na América Latina?
Valéria Araújo: O CP-Idea funciona de acordo com as resoluções que são emanadas das conferências regionais da Organização das Nações Unidas (ONU), que acontecem de quatro em quatro anos. Assim, a ONU demanda do CP-Idea ações práticas na gestão seguinte à conferência. Por exemplo, na última reunião, que aconteceu em 2009, foram demandadas do CP-
Idea sete ações. A partir disso, o CP-Idea constituiu um grupo de planejamento, com o objetivo de executar o trabalho. Várias ações foram definidas, contribuindo com vários países das Américas.
MG: Quais são essas ações?
VA: Por exemplo, um Observatório de Capacitação, que estará disponível no site, levantando todos cursos disponíveis nas Américas e em outros países. Nesse mesmo observatório podem ser levantadas todas as ações dos usuários. Vai ser elaborado um Cookbook, em quatro idiomas, ligado aos impactos sociais e econômicos. Estaremos disponibilizando também um relatório com core standards (normas), nos próximos meses, com todas as referências de normas utilizadas. Além de uma nova página na internet. Essa série de produtos vai gerar um benefício enorme, não só para as Américas, para todos os outros países que desejam utilizar estes trabalhos. As outras ações incluem planos e grupos de trabalho; mecanismos para a criação de infraestruturas de dados espaciais; novo estudo sobre a situação da área de cartografia por países e regiões; fórum para intercâmbio de práticas recomendadas, em relação com as IDEs; reunião de segmento sobre a gestão de desastres e IDEs; e questões de financiamento.
MG: Na América Latina há vários países que contam com iniciativas referentes à infraestrutura de dados geoespaciais, como Argentina, Chile, Cuba e México, entre outros. De que forma a integração desses países pode ajudar o CP-Idea a desenvolver ainda mais as IDEs?
VA: Na medida que se tem um trabalho unificado, em que todos esses países fazem parte do CP-
Idea, que são 24, e que sirva de referência para esses mesmos países e para outros. Tendo uma norma, um relatório, um guia único, que sirva de referência, facilita bastante o desenvolvimento em todos os países, não só os que já têm suas ideias, mas como aqueles que estão em processo de implantação e outros que não contam com projetos.