O diretor-geral do Centro de Pesquisa de Energia Elétrica (Cepel) da Eletrobras, Albert Melo, explicou nesta segunda-feira (6/8) o motivo do atraso na publicação do novo Atlas Eólico Brasileiro. Segundo ele, o adiamento ocorreu justamente por causa do sucesso do setor no Brasil.
“A equipe que estava desenvolvendo o projeto contava com dados de diversos agentes que trabalharam conosco na área de energia eólica. Só que, com o sucesso da fonte, ninguém quis dar nada, nem para balizar nossos estudos”, revelou.
Segundo Melo, a alternativa foi comprar acordos institucionais. “Procuramos o Inpe [Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais] e eles toparam. Assinamos o convênio há mais ou menos dois meses e esperamos publicar a atualização do atlas em um prazo máximo de um ano ou menos.”
A atualização do Atlas Eólico é esperada há anos, uma vez que o anterior, publicado em 2001, contava com medições a 50 metros de altura e apontava para um potencial de 143 mil MW no País. Espera-se que o novo documento apresente pelo menos o dobro do anterior, indicando, inclusive, os melhores lugares para se instalar os parques.
Embora tenha evitado dar detalhes sobre o tema, Melo contou que teve que mudar a coordenação do projeto. “Meu trabalho é tratar de relações institucionais e não pessoais. Se a gente soubesse antes que esses relacionamentos [com agentes] não estavam firmados em relação a esses dados, a gente talvez não tivesse levado tanto tempo para publicar o Atlas.”
De acordo com o pesquisador, o documento já tem verba liberada e deve custar 800 mil reais. Quanto a um futuro atlas solar, Melo descarta a possibilidade no momento.
Fonte: Instituto Geodireito (IGD)