Um levantamento sobre a arborização urbana viária em Campinas (SP), realizado pela Embrapa Monitoramento por Satélite, verificou que o município tem hoje cerca de 120 mil árvores em suas ruas e avenidas. Com base em imagens de satélite de alta resolução espacial, geoprocessamento e verificações em campo, foi possível estimar e espacializar esse número, verificando a distribuição da arborização na cidade, bairro a bairro.

Coordenado pelo pesquisador Ivan André Alvarez, o levantamento contempla árvores, arbustos, palmeiras e mudas. Condomínios fechados, praças, parques e remanescentes florestais, como matas, não foram contabilizados, somente arborização com responsabilidade de manejo da gestão pública. O método utilizado é inédito e o estudo deverá ter continuidade, proporcionando análises qualitativas a partir da base de dados gerada. Segundo Alvarez, a iniciativa representa um importante instrumento para apoiar a gestão e a elaboração de políticas públicas para o município, visando a melhoria da qualidade de vida da população. “Instrumentos como esse são fundamentais para estabelecer um convívio sustentável entre urbanização e vegetação”, completa.

Embrapa usa imagens de satélite para avaliar arborização urbana de Campinas
Arborização urbana de Campinas. Clique na imagem para ampliar. Fonte: Embrapa

Os resultados mostram a distribuição irregular da arborização viária na cidade, destacando regiões em que a prioridade para a recuperação é alta, como o sul e o centro da cidade onde é bastante esparsa a presença de árvores. Na situação oposta, há bairros como a Cidade Universitária, no Distrito de Barão Geraldo, que são exemplos de localidades com uma boa taxa de árvores por quilômetro. Nestes casos, a atenção deve voltar-se para o tratamento e manejo adequados para que essa realidade mantenha-se estável ou mesmo para torná-la ainda melhor.

Tomando como base o Guia de Arborização Urbana de Campinas (GAUC), o déficit de árvores para todo o município é alto. Campinas deveria ter uma árvore a cada 10 metros de calçada, mas para alcançar esse número ideal seria necessário plantar 365 mil novas árvores. Do número total de árvores registradas pelo estudo da Embrapa, 24% são palmeiras e arbustos, espécies que trazem benefícios limitados. Segundo o GAUC, a recomendação é que sejam utilizadas árvores de porte médio e grande. Além das 120 mil árvores contabilizadas, outras 7 mil foram registradas como mudas recém implantadas. Em números globais, o município tem hoje uma árvore para cada nove pessoas.

Para o pesquisador, o sistema de arborização urbana de uma cidade é eficiente à medida que cumpre os papéis referentes aos seus benefícios. “Um desses benefícios, facilmente percebido em dias quentes e secos, tem relação com o microclima gerado pela vegetação, melhorando as taxas de umidade relativa do ar, amenizando os riscos para a saúde e contribuindo para o bem estar das pessoas”, lembra Alvarez.

Fonte: Empraba Monitoramento por Satélite


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