GeoprocessamentoJuiz de Fora é um município de Minas Gerais com mais de 500 mil habitantes e território com área superior a 1.400 km2. A base cartográfica do município, disponível desde 1983, não estava integrada a uma plataforma de Sistemas de Informação Geográfica (SIG), o que consequentemente não permitia uma análise precisa dos dados nem a interatividade com os recursos da informática.

No decorrer dos anos, à medida que a cidade cresceu, detectou-se a necessidade de se pensar no SIG como uma base cartográfica atualizada e única para uso de todas as unidades gestoras e autarquias do município. Buscou-se a concretização desse objetivo investindo recursos financeiros em tecnologias e recursos humanos, tendo em vista criar as condições para a visualização e a disponibilização computadorizada dos dados.

“Houve o consenso que era indispensável termos o mapeamento de Juiz de Fora a partir de uma base cartográfica atualizada e, principalmente, com a universalização do acesso às informações geográficas”, afirma André Zuchi, Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Juiz de Fora.

A estruturação do Cadastro Técnico Multifinalitário (CTM), por parte da Secretaria de Planejamento, exigiu a implantação de uma plataforma robusta de informações georreferenciadas. Diante desse contexto, idealizou-se a execução de um projeto de geotecnologia capaz de armazenar, editar, integrar e fornecer informações precisas e compartilhadas entre diversos órgãos vinculados ao governo municipal. “Após realizar uma pesquisa de mercado, decidimos pela aquisição da plataforma ArcGIS, da Esri, por meio das soluções ArcGIS Desktop, ArcPad  e ArcGIS Server”, explica Zuchi.

A solução ArcGIS Desktop permite ao usuário escolher os níveis de informação que deseja trabalhar, armazenados em bancos de dados geográficos ou arquivos independentes, prevendo as consultas e a espacialização de eventos pré-selecionados; a solução ArcPad permite a coleta de dados geográficos de forma personalizada na área de interesse e a anexação de fotos tiradas por dispositivos móveis com recepção de sinal de GPS (tablets, smartphones e GPS de navegação ); e a solução ArcGIS Server permite o gerenciamento e o compartilhamento das informações tanto em desktops quanto em dispositivos móveis.

A partir de então, a Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Econômico (SPDE) da Prefeitura de Juiz de Fora também definiu que o projeto teria início com desenvolvimento e apoio da Imagem, empresa do mercado de GIS no Brasil. O investimento total foi de 5,6 milhões de reais, sendo 1 milhão investido em cursos técnicos, softwares e equipamentos e os demais 4,6 milhões na aquisição de uma nova base cartográfica para o município.

“A Imagem apresentou como diferencial a consultoria prestada à Prefeitura de Juiz de Fora, ao disponibilizar a equipe de especialistas em GIS para promover a capacitação da equipe técnica do cliente”, diz Péricles Picanço Jr., coordenador de pré-vendas da Imagem.

Resultados

Após a implementação das soluções de geotecnologia por parte da Imagem, realizada em 2008, dentre outros benefícios, o mais relevante conquistado pela Prefeitura de Juiz de Fora foi o recobrimento espacial dos 989,953 km2 da área rural, que corresponde a 69% da área total e a 1,14% da população do município. “O projeto tem permitido qualificar em alto grau as decisões e torná-las eficientes, promovendo um ganho substantivo para a gestão pública”, destaca André Zuchi.

Essa caracterização é estratégica para a gestão pública ao proporcionar uma análise detalhada das potencialidades e fragilidades da área rural, contribuindo para a definição de ações voltadas aos setores de educação, saúde, transporte e promoção de atividades produtivas nesta região do município.

“Um exemplo prático é a localização dos pontos de embarque e desembarque dos 493 alunos de 14 escolas municipais, que utilizam o transporte escolar rural, disponibilizado pela Prefeitura de Juiz de Fora”, complementa o executivo, ressaltando que “consequentemente, houve otimização do serviço a partir da identificação de melhores rotas no transporte dos alunos”.

A plataforma ArcGIS foi também utilizada para gerar o mapeamento dos Territórios Socioassistenciais (TSs), para o Sistema de Vigilância Social a ser implantado no município. Também contribuiu diretamente para o reconhecimento de ações sociais apropriadas a diferentes segmentos da população e para a identificação de territórios ainda descobertos por iniciativas públicas.