Ferramenta possibilita integração e compartilhamento de informação geográfica do município
Por Joseanny Gomes Poltronieri Pereira (Prefeitura de Vitória)
Vitória, a capital do estado do Espírito Santo, é uma das três ilhas capitais do Brasil (as outras são Florianópolis e São Luís). Com população de aproximadamente 330 mil habitantes e extensão geográfica de 98,506 km², é o terceiro melhor IDH (índice de desenvolvimento humano) e maior PIB per capita entre as capitais do Brasil.
Em 1993, a Prefeitura Municipal de Vitória (PMV), gestora da cidade, adquiriu a sua primeira base cartográfica que era utilizada de forma descentralizada entre as diversas secretarias e a administração central. O sistema operava de forma local, tendo a necessidade de realizar cópias da base de dados para cada usuário, contribuindo para a desconexão entre os bancos de dados e tornando a informação inconsistente e pouco confiável.
Para obter bons resultados os gestores necessitam de conseguir meios para garantir que os recursos humanos e financeiros, sejam alocados de forma eficiente e eficaz. Para que isso ocorra é necessário combinar uma gama de variáveis, entre elas a necessidade de que a informação seja precisa e completa. Neste sentido, os gestores contam com o auxílio de computadores e sistemas de informação para auxiliá-los na construção de dados quantitativos e
qualitativos.
A PMV viu-se diante deste desafio e percebeu a necessidade de integrar dados alfanuméricos com dados espaciais para conseguir diminuir a assimetria de informação.
Sendo assim, no ano 1998, foi elaborado o “Plano de Implantação dos Sistemas de Informação Georreferenciadas”, que definia as ações de aquisição de software, hardware, treinamento de pessoal e o desenvolvimento de aplicativos. Estava aberta a porta para a criação de GIS corporativo e integrado entre as diversas secretarias e a administração central da PMV.
Porém, ainda faltava um outro obstáculo a ser ultrapassado: a opção pela solução da Esri. Havia, entre a equipe envolvida direta ou indiretamente, um certo grau de insegurança, principalmente atrelado ao fato da solução escolhida ser proprietária e de custo elevado. Entretanto, a administração entendeu que um município do porte de Vitória, necessitaria de uma solução robusta e que fosse capaz de atender ao enfoque corporativo, garantindo o aspecto de
continuidade e com a utilização disseminada em nível regional e nacional, o que facilitou a troca de experiências.
Em 2003, o município de Vitória, lançou na Web o primeiro serviço de mapas dinâmico do Estado, que refletia o banco de dados georreferenciado e corporativo o Geoweb Vitória. Para tanto, utilizou o ArcIMS da Esri, apoiado sob a plataforma ArcSDE e banco de dados SQL Server.
Com a evolução da tecnologia e da cultura de utilização de mapas, a integração de sistemas corporativos e dados espaciais tornou-se inevitável na instituição e funcionalidade muito requisitada pelos usuários. A utilização da solução da Esri foi fundamental para possibilitar esta integração. Recentemente, com o lançamento da tríade ArcGIS Server, ArcSDE e ArcGIS, ficou muito mais fácil implementar uma mapa nas aplicações, sendo estes responsáveis, espectivamente, por disponibilizar os serviços de mapa para serem consumidos, armazenar de forma estruturada os dados espaciais e elaborar os mapas.
Para tornar mais simples e ágil a tarefa de integrar as soluções corporativas com o serviço de mapas oferecido pelo ArcGIS Server, foi desenvolvido pela equipe de Geoprocessamento da PMV, a solução GIS WebService.
O GIS WebService é um componente de manipulação de mapa, totalmente parametrizado, e que pode ser facilmente integrado a qualquer sistema corporativo, com o objetivo de disponibilizar mapas prontos de uso imediato em ambiente interno e externo.
A criação deste componente permitiu uma maior simetria das informações georreferenciadas, maximizando a sua utilização e evitando a redundância de dados e investimentos na contratação de outros serviços de georeferenciamento.
A informação segura, confiável e de fácil acesso ao alcance do munícipe, dos gerentes de projeto, planejadores, tomadores de decisão, e funcionários de modo geral, torna-se uma importante ferramenta para aplicação de políticas
públicas. A utilização desta informação integrada com mapas, contribui, além do aspecto gerencial, para adoção de uma nova cultura de uso de dados georreferenciados, não só da PMV, como na sociedade de modo geral.
Observou-se, com a integração dos dados, um ganho considerável no custo benefício em termos de produtividade, planejamento e decisões mais eficientes e que no final, se reverterão em qualidade de vida para a população de Vitória.
Além disso, a adoção dos sistemas georreferenciados, contribuiu para a política de padronização das informações, sejam elas espaciais ou alfanuméricas, trazendo a incorporação dessa cultura para a contratação de serviços. Ainda facilitou uma maior interação entre as secretarias da PMV e a administração central, otimizando a alocação dos recursos.
Desde a adoção da solução da Esri, a Prefeitura de Vitória tornou-se uma espécie de benchmarking de integração de dados espaciais e alfanuméricos para outros municípios do estado do Espírito Santo e de estados vizinhos, tendo, inclusive, sido inspiração para o maior projeto de integração de dados espaciais do Estado do Espírito Santo, o GEOBASES.