A FAPESP e a Ohio State University, dos Estados Unidos, anunciaram a primeira chamada conjunta de propostas vinculada ao acordo de cooperação em pesquisa e desenvolvimento tecnológico firmado pelas duas instituições em janeiro.
Com vigência de cinco anos, o acordo prevê investimentos de US$ 693 mil por parte de cada instituição – totalizando US$ 1.386.000,00 – destinados a apoiar pesquisas em todas as áreas do conhecimento. As propostas para a primeira chamada serão recebidas até o dia 20 de maio.
Os projetos deverão ter duração máxima de 12 meses, sem possibilidade de prorrogação. A FAPESP e a Ohio State University concederão, cada uma, até US$ 10 mil por proposta aprovada.
O presidente da FAPESP, Celso Lafer, ressaltou durante a cerimônia de lançamento da chamada que uma das prioridades da Fundação tem sido promover a internacionalização e oferecer aos pesquisadores paulistas oportunidades para trabalhar com colegas de outros países. Lafer ressaltou ainda a importância do networking para fortalecer a produção de conhecimento.
Já o presidente da Ohio State University, Elwood Gordon Gee, lembrou que a instituição realiza pesquisas em parceria com universidades brasileiras há cerca de 50 anos, principalmente com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP).
“A Ohio State University foi uma das primeiras instituições norte-americanas a fazer pesquisas e estabelecer parcerias no Brasil. Trabalhar em parceria com a FAPESP, agência de fomento única no cenário internacional, nos dá a oportunidade de avançar e tornar essa relação ainda mais poderosa”, disse à Agência FAPESP.
Ainda com o objetivo de mapear as oportunidades de colaboração científica com pesquisadores brasileiros, contou Gee, a Ohio State University abrirá um escritório de representação em São Paulo. A inauguração está prevista para 2014.
“Algumas instituições vêm ao país para recrutar estudantes. Nós queremos recrutar ideias e ser parceiros na execução dessas ideias”, disse.
Sinergias
Durante sua apresentação, a vice-presidente de pesquisa da Ohio State University, Caroline Whitacre, contou que visitou diversas universidades brasileiras na última semana e identificou áreas de interesse comum para pesquisa – especialmente em temas relacionados à produção de alimentos, saúde, energia e meio ambiente.
“Essas foram palavras-chave que ouvi durante toda a semana. Pelo que pude perceber, nossas prioridades vão ao encontro de interesses e necessidades do Brasil. Queremos nos tornar o parceiro número um do país”, afirmou.
De acordo com a legislação dos Estados Unidos, a Ohio State University é considerada uma “land-grant university”, o que significa que tem a missão de investir em ensino e pesquisa de temas como agricultura e engenharia.
O diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz destacou os programas BIOEN – voltado para pesquisas na área de energias renováveis – e BIOTA – dedicado a estudar a biodiversidade paulista e políticas de conservação. “Energia e meio ambiente são áreas muito importantes para nós e certamente vamos encontrar sinergias”, disse.
Brito Cruz também ressaltou que as pesquisas na área de saúde representam sozinhas 27% dos investimentos da FAPESP em pesquisa – que, em 2011, foram em torno de US$ 600 milhões. “Se contarmos as pesquisas em biologia, que correspondem a 17,3%, e agronomia, 9,1%, as ciências da vida respondem por mais de 50% do financiamento”, disse.
Gee, porém, ressaltou que a colaboração com a FAPESP será ampla. “Nosso orçamento para pesquisa é de US$ 1 bilhão, mais do que a maioria das universidades americanas. E a FAPESP tem uma gama ampla de interesses. Juntos, temos uma poderosa parceria”, disse.
O texto da chamada está disponível (em inglês) aqui.
Fonte: Agência FAPESP