Dados obtidos durante março e abril pelo Deter, o sistema de detecção do desmatamento em tempo real baseado em satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostram que as áreas de alerta de desmatamento e degradação na Amazônia somaram aproximadamente 175km² neste período.
A distribuição das áreas de alerta e dos percentuais de cobertura de nuvens nos estados da Amazônia Legal é apresentada na tabela a seguir.
Os resultados do Deter devem ser analisados em conjunto com as informações sobre a cobertura de nuvens, que afeta a observação por satélites. As áreas em rosa dos mapas a seguir correspondem aos locais que estiveram encobertos em março e abril. Nos mesmos mapas, os pontos amarelos mostram a localização dos alertas emitidos pelo Deter.
Entre novembro e abril, época de chuvas na Amazônia, a observação por satélites se torna mais difícil devido à intensidade de nuvens que cobrem a região. Nesta época, o Inpe divulga os resultados do Deter agrupados por período, embora o sistema mantenha durante todo o tempo sua operação regular e o envio diário dos dados ao Ibama e Ministério do Meio Ambiente, responsáveis pela fiscalização e controle do desmatamento.
Em função da cobertura de nuvens variável de um mês para outro e, também, da resolução dos satélites, o Inpe não recomenda a comparação entre dados de diferentes meses e anos obtidos pelo sistema Deter. Os relatórios mensais completos estão disponíveis na página www.obt.inpe.br/deter.
Desmatamento em queda
Segundo informações do Ministério do Meio Ambiente, a degradação da Floresta Amazônica continua a apresentar tendência de queda. Em abril, o Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter) contabilizou 147 km² de alertas de desmatamento, o que representa uma diminuição de 37% em relação ao mesmo mês do ano passado. A redução foi ainda mais expressiva em março, quando foram registrados 28 km² de devastação, 53% a menos do que os 60 km² registrados no período anterior.
O acumulado dos últimos nove meses ainda apresenta ligeiro aumento por conta de um pico isolado verificado em um único mês do ano passado. Entre agosto último e abril deste ano, houve um aumento de 15% nos alertas de desmatamento em relação ao mesmo período anterior. Isso ocorreu porque, somente em agosto de 2012, houve uma taxa de desmatamento expressiva que vem interferindo no somatório dos demais meses analisados.
As operações nos pontos críticos da Amazônia, porém, têm se mostrado capazes de frear o desmatamento. “Houve um pico em agosto, que já está sob controle e vem sendo descontado mês a mês por conta das constantes ações de fiscalização”, explicou o diretor de Proteção Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Luciano Evaristo de Menezes.
Assim que o Deter emite um alerta de desmatamento, as equipes de fiscalização se dirigem ao local para verificar a situação. Além disso, bases autônomas e móveis se espalham pelos pontos mais críticos da Amazônia.
Dos 2.268 polígonos detectados pelo sistema entre agosto de 2012 e o início de maio deste ano, 1.217 foram qualificados em campo, o que mostrou que 65% se referiam, de fato, a desmatamento. O restante dos alertas qualificados foram emitidos por conta de eventos como queimadas.
Entre agosto do ano passado e abril de 2013, o Ibama emitiu 3.547 autos de infração e um valor total de 1,5 bilhão de reais em multas. Ao todo, 213 mil hectares de terras foram embargadas e 65 mil m3 de madeiras em toras, apreendidas. “O método de combate ao desmatamento tem evoluído e se aperfeiçoado. Temos várias ferramentas e cada vez mais a inteligência vem se tornando fundamental no processo”, avaliou o presidente do Ibama, Volney Zanardi.
Com informações do Ministério do Meio Ambiente – MMA