De que maneira os agrotóxicos podem contaminar a água, que é essencial à vida e recurso estratégico para o Brasil? Como conhecer e gerenciar o risco disso acontecer?
Questões como estas são abordadas na publicação “Interfaces de Modelos Ambientais e Sistemas de Informação Geográfica para a Gestão Territorial da Contaminação de Recursos Hídricos”, lançada recentemente pela Embrapa Gestão Territorial.
Nela, os autores descrevem alguns modelos matemáticos capazes de simular o comportamento e o destino de agrotóxicos e outros contaminantes no ambiente, apontando como esses modelos podem ser mais efetivos, quando se agrega a eles a capacidade de lidar com a dimensão territorial.
A modelagem matemática é uma maneira econômica de estudar e prever o comportamento de contaminantes no ambiente, podendo servir como ligação entre estudos de laboratório e de campo. No documento publicado são apresentadas as possibilidades de interação entre modelos ambientais e Sistemas de Informação Geográfica (SIG) e é destacada a importância da simulação em bases territoriais na gestão de recursos hídricos.
Para Claudio Spadotto, gerente geral da Embrapa Gestão Territorial e um dos autores do documento, o estudo e a modelagem da dinâmica ambiental de agrotóxicos e de outros compostos químicos são fundamentais para compreender e prever o comportamento de contaminantes no meio ambiente. Nesse processo de descoberta, modelos matemáticos e simuladores são utilizados; muitos desses modelos, porém, apresentam alguma limitação temporal e principalmente espacial. Com o objetivo de eliminar a limitação da distribuição espacial, a Embrapa Gestão Territorial vem desenvolvendo o ARAquáGeo.
ARAquáGeo
A Embrapa Gestão Territorial vem trabalhando uma nova versão do software ARAquá, denominada ARAquáGeo. Nesta versão, o software, hoje adotado pelo Ibama para a Avaliação de Risco Ambiental (ARA) de agrotóxicos, será capaz de manipular dados georreferenciados e terá interoperabilidade com ferramentas de SIG e de geoestatística. Isto significa que será possível ir além de conhecer e prever o risco de contaminação em um determinado ponto, pois também permitirá que os resultados das simulações gerem mapas para toda a região de interesse.
A publicação pode ser acessada gratuitamente.
Fonte: Embrapa Gestão Territorial. Texto: Daniela Maciel; Claudio Spadotto; Wilson Holler.